Para os académicos eu sou uma "pessoa do terreno", para as "pessoas do terreno" eu sou uma académica. Isto costuma ser apenas um sussurro, alguma coisa que não me é dita claramente, olhos nos olhos. Ontem, disseram-me com toda a clareza, talvez escudados pelo écran do teletrabalho, curiosamente depois pediram-me desculpa, como se me tivessem ofendido. Calei-me, explicar seria sempre muito complicado, demorado, até penoso.
Esta questão de não pertença é um espinho cravado na minha pele há muitos e muitos anos. Umas vezes dói-me, outras nem por isso. Talvez haja um limbo, um não lugar, uma terceira via onde nos iremos encontrar, nós, os que não pertencem.
~CC~
Eu também sou uma sem-pertença, mas tenho esperança de um dia me sentir em casa.
ResponderEliminarTambém gostava desse aconchego:)
Eliminar~CC~
Sou por todos os que não pertencem. Também julgo muita vez que não pertenço, de umas vezes prefiro, de outras nem por isso. Tenho simpatia pelos não alinhados. Mas, o facto é que passo e vivo onde estão os que sentem pertencer, beneficio dos mesmos bens e sofro iguais misérias; a não pertença não é total. Penso que pode ser uma mais valia. Mas sou eu a avaliadora de mim; aos outros importa pouco o que faça e sobretudo o que pense, desde que não saia da linha. O caso da CC é outro caso. Tem a vantagem de pertencer aos dois mundos e não estar presa a nenhum. Mas essa é a opinião dos outros. E a sua?
ResponderEliminarBea, eu acho que as fronteiras não fazem sentido e que todos os "mundos" (ou bolhas como agora se diz) em muito ganhavam com o dialogo e até uma pertença comum - a dos que querem saber mais e intervir melhor.
EliminarUm beijinho
~CC~
Ai CC como a compreendo, logo eu que sempre fui do terreno, porque mesmo quando te tornas académico aos quarenta dificilmente sais do terreno e levantas vôo.
ResponderEliminarJoaquim, não sei bem a que se refere com isso do "levantar voo", para mim uns pés na terra fazem sempre falta:)
ResponderEliminar~CC~