Esta semana o cabaz de frutas e legumes que me chega da quinta trazia uma flor amarela.
- Olha, mandaram uma flor! Disse eu contente.
- Pois, não percebo, não se come nem se bebe! Disse ele com algum desdém.
E abriu-se ali logo um fosso.
Senti isto tantas vezes com algumas pessoas e muito próximas. Eu fazia um percurso para ir beber um café junto ao rio, perto de um jardim ou tão só num lugar com plantas e alguém me dizia que o supermercado era mais perto e mais barato. Era tão difícil explicar que poesia não é ler poemas ou escrevê-los, é a forma como se encara a vida e se é sensível ao mundo em redor.
Está ali a poesia pousada na flor amarela dentro do cabaz.
~CC~
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