Há uns meses atrás o meu centro de saúde escreveu-me a dizer que se não os contactasse iriam banir-me da sua vasta lista de clientes, uma das muitas clientes anotadas como "sem médico", ou seja, sem médico de família atribuído. A razão era simples, há mais de três anos que não ia a uma consulta. Portanto atenção a todas as pessoas saudáveis, arranjem qualquer coisa de que se possam queixar.
Resolvi contactar o dito para lhes rogar que me deixassem continuar a ser fiel ao serviço nacional de saúde. Foi fácil, a senhora atrás do balcão era uma balzaquiana simpática que me chamou de "querida" (não, não era brasileira) e comentou que eu não parecia ter a idade que o cartão do cidadão lhe mostrava (começou bem). Depois de reinscrita devidamente, disse ao que vinha. Queria um atestado médico para renovar a carta de condução. Ela torceu o nariz assim que finalizei a frase e retorquiu que não podia ser. Ainda pensei que devia ser como com aqueles seguros de saúde que só funcionam ao final de muitos anos de adesão. Mas não, simplesmente os médicos tinham decidido que não passavam aquele tipo de atestados. Ainda matutei no porquê mas ela já só me respondeu para eu ir ao médico privado ou a uma escola de condução que lá passavam e era muito rápido (vá querida, vá, desampare a loja). Estão a ver, vamos a um centro de saúde que nos escreve a dizer que não o frequentamos e quando lá vamos dizem-nos para ir ao sistema privado de saúde.
País surreal este!
~CC~
Não apresentou uma reclamação por escrito? A legalidade da decisão dos médicos suscita-me muitas dúvidas (no mínimo).
ResponderEliminarPois, confesso que fiquei tão espantada que nem me ocorreu. Mas estou em campo para apurar a legalidade desta situação.
ResponderEliminarPS. Estive na sua terra, está bonita a cidade!
~CC~
É uma cidade muito bonita, tão bonita que os maus-tratos não lhe ocultam a beleza.
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