Ia a menina bem segura pela mão da mãe, atravessando ruas, passeios e parques. Depois chegaria à porta da escola e teria que a largar, que a deixar sem lágrimas. Como lhe custou. Nunca fui uma menina como aquela, ia sozinha para a escola, eram tempos outros.
Vejo chegar os meus novos alunos que são já adultos, mas há neles uma estranheza, um desconforto, uma leve semelhança com a menina que vi atravessar a cidade pela mão da mãe. Não os acho felizes, desconheço os caminhos pelos quais chegaram até aqui. Felizmente os mais velhos, sobretudo os que estão de saída, mostram-me mais luz no olhar, não obstante saber como a vida lhes será agora difícil. Para me confortar, para me motivar para iniciar o ano, penso que uma pequena parte daqueles sorrisos, afinal nos pertence.
~CC~
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