Richard Zimler estava ali, a meia dúzia de metros de mim. Mais, estava sentado na biblioteca da minha escola a conversar sobre livros, sobre o penúltimo dos seus livros. Este homem escreveu um dos livros da minha vida, "À procura de Sana".
Pergunto-me porque gostamos de os conhecer, de estar perto deles, que nos assinem os livros. Logo nessa arte, a mais privada que há. Pergunto-me sobre o que nos acrescenta aquela hora que estarão ali, disponíveis para as nossas questões.
Zimler é ele próprio, vê-se que tem o seu grau de timidez incorporado na aparição pública. Sorri, agradece-nos a presença e gosta de falar dos seus livros. Da manufactura da obra, de como ela nasce e se constrói. É no entanto comedido, não faz de cada resposta uma palestra e não insulta quem pergunta, mesmo que a pergunta não seja perfeita. E não se martiriza, não fala da dureza do ofício, mas também não o engrandece como a melhor das artes. É um homem a falar do seu trabalho, como eu ou tu poderíamos falar do nosso. E é bom, é uma hora bem passada.
Porque o queremos conhecer? Da mesma forma que queremos conhecer alguém que nos interessa, que nos marca, que nos desperta, que nos abre horizontes. E no final fica-me a pergunta. E ele, será que também tem curiosidade em conhecer os seus leitores? O que levará de cada um de nós?
Certo é que o meu dia ficou melhor por ter um escritor na minha biblioteca.
~CC~
Há uns meses, fui ouvi-lo, numa igreja católica, falar de judaísmo. Troquei umas breves palavras com ele. Tive essa mesma sensação de ele ser uma pessoa tímida.
ResponderEliminarBoa semana. :)
(Há dias, deixei uma pequeníssima oferta no Letras.)