Morreu mais um poeta e o dia fez-se sombra e há frio dentro do calor. Retiro tempo ao trabalho para ler os seus poemas, era capaz de ficar o dia todo a fazê-lo.
Este poeta era da terra da minha mãe e enchia os seus versos de uma simplicidade aparente, usando muitas vezes a palavra amor, amante e amada. Que belos são os homens que não têm receio destas palavras, agora costumam trocá-las por outras mais leves e menos cheias.
Tenho a certeza que ele gostava de amendoeiras em flor, de gatos e de mar, os seus poemas têm lá dentro essas coisas, são cheios do que o sul deixou nele quando se tornou um homem da cidade.
Foi o bicho maldito, aposto que também militou no calvário dos sem cabelo e mesmo assim perdeu. Só 74 anos.
~CC~
PS. Adeus Nuno Júdice, prometo ler-te muitas vezes.
Triste, doloroso.
ResponderEliminarPor cada poeta que morre ocorre-me que devia nascer um outro. E quando penso que assim não acontece, fico triste com a perspectiva de no futuro já não assistirmos ao (re)nascimento da poesia.
EliminarPerdemos todos, ele e nós. Mas ele perdeu tudo. Nós temos os poemas, há que lhe ser grato(a) pela presença.
ResponderEliminarQue seja sempre lido!
EliminarPelos mais novos somente será lido, se for leitura obrigatória
ResponderEliminarPelos mais velhos sempre.