Ver as nuvens de cima entontece-me, a última vez que aconteceu estava provavelmente num avião. Tenho a sensação que estou longe da terra e de tudo, imersa num lugar onde a neblina esconde por certo bruxas e fadas que gostava de saber escutar. Enviaram por certo o gato branco que por aqui vadia e fazem acender o candeeiro cuja luz sensível supostamente só se devia ligar à visão humana. Dos veados, apenas um bebé, só ele não ganhou ainda o medo dos humanos, corta-nos o caminho da estrada, muito rápido.
A vista é de cortar a respiração, de tão bela e ampla mas pôr do sol ocorre quase sempre imerso na mesma neblina que amiúde me invade o coração, creio, contudo, que nesse local específico, o seu nome é melancolia.
~CC~
Tempos houve em que para a melancolia se receitava. Era doença de ricos. Dos restantes, muitos iam morrendo de febres e doenças incógnitas, sem pôr pé em consultório. Nós, que em relação a esses avós ancestrais somos uns felizardos, sabemos de lugares melancólicos, dentro e fora de nós, e somos por vezes assolados por melancolias inevitáveis.
ResponderEliminarAcima das nuvens também me sinto sem chão, mas é lindo o colchão fofo que nos separa da Terra. Podemos morrer, é certo, mas, se ocorre, será tudo muito rápido.
Bom regresso, CC. E boa semana
de consultório.
Agora as coisas têm nomes mais pesados: depressão, ansiedade, bipolaridade...e receita-se e muito:). Antes era mais veneno para os ratos e herbicidas e a coisa estancava ali, se a dose era letal...para os mais ricos, o ópio e a dependência. O ser humano sempre foi frágil, essa fragilidade é que se mostrou de diferentes modos ou simplesmente teve de esconder-se. Mas parece que vamos sobreviver:)
EliminarMelancolia, um estado de espírito inspirador.
ResponderEliminarUm abraço.
É uma tristeza leve e doce.
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