Tempo e disponibilidade não são bem a mesma coisa, embora seja fácil confundir uma com a outra coisa. Tinha uma justificação simples até há bem pouco: sem tempo, sem disponibilidade. Encerrava muitas vezes nessa equação a possibilidade de ter novos amigos ou sequer a possibilidade de encontrar os velhos.
Mas agora que, pela primeira vez em tantos e tantos anos sei o que é ter tempo, sei também que não é o mesmo que disponibilidade. O encontro com o outro requer muito mais que tempo. A justificação deixou de ser reduzida à equação com a qual pautei grande parte da minha vida. Às vezes não quero porque estou em reserva, no modo de pausa. É tão bom ir como não ir, é tão bom estar como não estar. E não, não estou sozinha, estou comigo própria. Pela primeira vez em tantos anos tenho tempo para pensar, refazer teias, indagar o presente, questionar o futuro.
~CC~
assusta-me a forma que a vida tem para nos fazer ter tempo, parar, relacionarmos-nos com nós próprios, mergulharmos em nós.
ResponderEliminaradmiro-a, CC, pela serenidade de estar disponível, para si mesma, numa altura tão difícil.
(tenha cuidado com a alimentação. evite derivados de trigo, a não ser espelta, açucares refinados, soja, essas coisas (desculpe))
beijo
Ana, conheço as teorias sobre a alimentação e não as acho completamente despropositadas mas o factor genético é sem dúvida o mais importante (no meu caso pai, mãe e irmã tiveram cancro, a minha mãe sobreviveu e tem 88 anos e a minha irmã, que teve um linfoma aos 30 anos, já vai nos 45...). Perguntei ao médico oncologista pela alimentação, ao que ele respondeu: não vá em conversas, coma de tudo. No entanto, certas coisas, nomeadamente produtos processados de carne nunca consumi. Obrigada pelo seu cuidado.
ResponderEliminar~CC~