segunda-feira, 12 de junho de 2017

Uma aldeia



Cada vez que estou uns dias numa aldeia, fico com a certeza que precisava de uma para morar. Precisava do silêncio e das noites cheias de estrelas, dos passeios matinais ou de fim de tarde, de me demorar a olhar as árvores, de saber de cor as rotinas dos vizinhos como eles ficariam a saber a minha. De ter a horta e as árvores de fruto, no limite um cão, depois de lhes perder o medo, mas nunca temos medo dos nossos próprios cães. Sim, uma aldeia que não fosse muito longe do mar, que não fosse muito longe de uma cidade onde pudesse ir ao café, ao cinema e a concertos, afinal são esses os fios que me ligam às cidades.

E já não é romantismo, sei também dos contra. Saberem-nos a vida de cor, separar os que são de fora dos que são de dentro e ser de dentro é ter nascido lá, ou pelos menos os pais terem nascido lá. É por vezes nos sentirmos como numa ilha, com algum sufoco. Mas respiro menos nas cidades cheias de prédios e cheiro a gasóleo, nestes muros que me parecem cada vez mais altos a tapar horizontes, na estreiteza de vistas, nos vizinhos estranhos.

Quero uma aldeia para me mudar a vida e desespero por ela não acontecer, por não a vislumbrar no meu horizonte.

~CC~

11 comentários:

  1. Os dias passados na grande cidade há muito que me ensinaram uma grande verdade: não possuem qualquer encanto. Esta paisagem de pedra não pode satisfazer um sentimental. Às vezes temos de partir chamados por nós.

    Bom dia CC

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  2. Gosto muito da sua ideia, que tem tudo de prático, não é um romantismo infantil, tem contornos de necessidade.

    No meu caso, não é a aldeia que me falta, é tempo para ver o que se passa em redor, é tempo, queria ter tempo para tudo...

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  3. Olá CC, sobre este tema teria muito que conversar consigo, mas aqui não :-)

    Por isso deixo um abraço apertado e os desejos de que lhe aconteça a sua aldeia logo logo.

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  4. Ana, o que a impede? Três rapazes?
    Pois é Impontual, definiu muito bem esse desejo de partida. Bom dia:)
    Miguel, acho que na aldeia até o tempo passa mais devagar, sinto isso quando estou lá.
    Susana, e bem precisava de a ouvir, sei que tem pouco tempo, mas se algum dia lhe apetecer, escreva para cibelefster@gmail.com
    Abraços quatro.

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  5. Cc não só vou contigo como conheço umas quantas a Norte.
    E não creio estar muito longe da minha...

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  6. OH Ana A, que bom seria se aldeia pudesse ser a Norte...mas trabalho a sul! (entre Setúbal e Grândola seria o ideal). E não me estou a ver a mudar de emprego. Mas agradeço-lhe na mesma a disponibilidade.
    ~CC~

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    Respostas
    1. Porto Covo? E npor fravor trate-me por tu, sim?!

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    2. Ana, será Porto Covo ainda uma aldeia ou uma instância de férias? Do lugar, gosto muito...mas tenho dúvidas se teria vizinhos no Inverno. Ana, obrigada por vires, por sugerires (é tratamento por tu!!!)
      Um beijinho
      ~CC~

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  7. No Algarve, não? Daqui vê-se o mar. :)

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  8. Luísa, que bom uma aldeia em que se vê o mar...um terço da vida faço por aí, mas ainda faltam os outros dois terços...talvez um dia, obrigada!
    ~CC~

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