Um novo amor, disse a mulher na beirinha dos cinquenta, a possibilidade de viver mais uma vez o amor.
Estudar o que sempre quis e não pude, disse a mulher que tinha passado poucos anos dos trinta.
Sair deste emprego, encontrar uma coisa que me faça sentido, disse o homem dos quarenta e picos.
Conseguir engravidar e gerar um filho até ao fim, disse a mulher quase nos quarenta.
Não quero nada, a sabedoria está em não querer, disse o homem que já tinha passado dos sessenta.
Tantos potes de ouro, a cada um o seu.
Pensar no meu pote de ouro era fácil, eu só queria vida, mais vida, mais anos de vida. Pensava nisso com certeza e sofreguidão.
Mas depois chegaram receios pelas vidas de outros e pensei melhor. A verdade é que por uma seguramente, duas provavelmente, talvez mesmo três pessoas até daria a minha vida pela delas. Não é um altruísmo tonto, pelo contrário, é até egoísta. Simplesmente a minha vida não faria sentido sem as delas. E assim se aprende a relatividade do que desejamos.
~CC~
Eu daria a vida pelos meus filhos.
ResponderEliminar[Faz-me tão bem lê-la.] :)
"Mas depois chegaram receios pelas vidas de outros e pensei melhor. A verdade é que por uma seguramente, duas provavelmente, talvez mesmo três pessoas até daria a minha vida pela delas. Não é um altruísmo tonto, pelo contrário, é até egoísta."
ResponderEliminardesculpa-me, querida CC, mas jamais concordarei com esta tese (sei que é relativamente recente e "cientificamente" comprovada): não, eu também daria a minha vida, por exemplo, para tirar um a criança desconhecida do meio de uma rua, ficando eu ali, passada a ferro. Se o faria por uma criança (mas sim, poderia ser um adulto) semlaços de sangue, o que faria eu por alguém com laços de sangue?
A ciência serve para ser contestada, manter dúvidas.
Abraço :)
Miss Smile, já somos duas:)
ResponderEliminarAlexandra, não sei se a percebi bem, não me baseei em nenhuma teoria científica, nem tão pouco moral. Quanto aos laços de sangue podem ou não ser importantes, não são em si decisivos. O que é decisivo é o laço emocional. Perdoe-me, assim em pensamento acho que não seria altruísta (ou egoísta) ao ponto de dar a minha vida por um desconhecido mas quem sabe, em situação, até poderia mudar. Abracinho.
Isabel, não sei para onde viajou o seu comentário...mas estava a brincar consigo, claro que eu sabia que não viria aqui revelar o conteúdo do seu pote de ouro ou caixa dos sonhos.
~CC~
daria, sim, a minha vida para tirar alguém de uma estrada (conheço-me :), alguém desconhecido (traço de personalidade: sou altamente reactiva).
ResponderEliminarquanto às minhas pessoas, as de sangue, nem sequer vale a pena questionar...
:)
eu já vi um arco-iris a começar ou a acabar, ali, mesmo junto a mim, a poucos metros, no mar. e não tinha pote :)
ResponderEliminarNão tinha?! Ana, que estranho arco-íris esse...:)
ResponderEliminar~CC~
senti-me defraudada :)
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