quinta-feira, 16 de setembro de 2021

No meu cinema

 

Dantes, nessa era pré Covid, o meu cinema era só um. Ainda tenho o cartão de cliente, mas agora praticamente sem carimbos. Tenho-me resignado ao cinema em casa, quatro canais de cines têm ofertas que cheguem para o meu tempo disponível.

Nessa pesquisa cheguei a Jojo Rabbit, um filme de 2019 que não cheguei a ver no cinema. É muito bonito, daqueles filmes que não se esquecem como o Cinema Paraíso ou a Vida é Bela, com aquela candura que só a infância e a entrada na adolescência têm. Registei um maravilhoso diálogo (entre tantos que o filme tem) entre uma adolescente e uma mulher, que tendo perdido uma filha daquela idade, lhe diz o quanto gostaria de a ver tornar-se mulher.

"- O que é uma mulher?! Não sei nada sobre isso...é beber vinho?

- Sim, bebes...e champanhe se estiveres feliz. Conduzes um carro se quiseres, tens diamantes, aprendes a disparar uma arma, viajas para Marrocos, arranjas namorados...e fazes com que sofram. Olhas um tigre nos olhos...e confias sem ter medo nas pessoas, ser mulher é isso!

- Como sabes que podes confiar nas pessoas?

- Confiando nelas!

- E todas essas coisas, fizeste-as?

- Não...nunca olhei um tigre nos olhos."

E acrescento eu, assim se vê que ser mulher é uma obra tão maravilhosa quanto inacabada.

~CC~


8 comentários:

  1. Apontado.
    Inacabada... mas em permanente construção, acrescento eu CC.

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  2. Definiu, mas não está definido. Verei se encontro o filme, normalmente os canais repetem-nos em horário variado.

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    1. Bea, acho que se tiver essa coisa da Netflix também o devo caçar:) E vale bem a pena.
      ~CC~

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  3. Gostei muito deste seu texto, CC.
    Acho que é bom o ser humano sentir-se uma obra inacabada. E sempre em construção.
    Um bom dia!

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  4. Respostas
    1. Personagens fascinantes...e dá para rir e chorar, tudo um pouco.
      ~CC~

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