Quando vemos um objecto perfeito apetece parar por ali, não ver mais nada, para que nada mais se possa registar para além daquela beleza, para que perdure muito tempo. Já me aconteceu com uma paisagem, com um momento na vida, ainda não me tinha acontecido com um filme. Dias do Paraíso de Terrence Malick tem obrigatoriamente que figurar na história do cinema, em qualquer lugar que ela se faça.
É verdade, estou a falar de 1978, creio não ter a idade certa para o ter apreciado na altura, era uma miúda. Mas como muitos filmes, nada ali envelheceu, o filme pode ser visto daqui a muitos anos e permanecerá belo, intenso, emocionante. Uma palavra para as actrizes que nunca tinha visto antes, dois rostos singulares, de beleza pouco óbvia e um modo único de namorar com a câmara. Richard Gere, o galã, esperava tudo menos vê-lo ali, deve ter feito o melhor papel da sua vida, ainda que nada comparável ao rosto sofrido de Sam Shepard. Só conhecia os filmes mais recentes do realizador, cujas histórias são mais abstractas e susceptíveis de múltiplas leituras, não esta faceta em que conta uma história com princípio, meio e fim.
Talvez este ano me inscreva na masterclass de Verão da história do cinema, o meu desejo de saber mais dirige-se para estas coisas e o Lauro António é um senhor, um poço de saber, um velho muito jovem. Talvez encontre assim o(s) meu(s) paraíso(s).
~CC~
Não me posso manifestar sobre o filme, nem o título conhecia. Mas essa ideia de aprender coisas sobre cinema também me agrada. Desde que não seja um preço exorbitante, ser verão até dá jeito. Lauro António é velho? E depois? Suponho que não haja jovens com o seu saber. Não é para aprender que as pessoas frequentam a tal de masterclasse?
ResponderEliminarCostuma ser gratuita a tal da masterclass e temos que aproveitar enquanto ele está vivo e de boa saúde, assim que tiver novidades de quando vai ocorrer, digo.
ResponderEliminarBom fds Bea