domingo, 30 de maio de 2021

Passeio de Domingo

 










Pela minha aldeia de adopção e lugares circundantes, entre a natureza, a escultura, a pintura ou tão simplesmente maravilhada com as bermas dos passeios bordadas pelo vermelho das papoilas pujantes.

Tal como fez o Xilre, uma homenagem a tantos passeios de domingo da Luísa (533?!), sobretudo a última foto, amarelo sol como pontua no seu quintal. Mas aqui sem o azul do seu mar. 

(e coitadito do meu TM, um exemplar que não se presta a grandes fotos).

~CC~



sábado, 29 de maio de 2021

Já convive comigo

 

Andei a fugir-lhe um ano inteiro com êxito para agora, numa simples picadinha de menos de um minuto, deixar que o vírus me conheça e me domine o corpo que está mortiço, dorido e meio febril.

Espero assim que se e quando o bicho papão quiser causar maleitas maiores, se accione rapidamente a batalha e a respectivo domínio e expulsão sem turbulência de maior, o meu corpo precisa tanto de paz.

~CC~





quinta-feira, 27 de maio de 2021

Barriguinha dourada

 


Finalmente uma publicidade a biquínis em que a modelo tem uma barriguinha, em vez de ser lisa e escorreita. Também tem pele mulata e uma bela cabeleireira afro. São lindos os dois atributos mas não estão ao meu alcance, já a barriguinha é atributo que já possuo. A publicidade positiva é, sem dúvida, um incentivo a dourá-la este ano.

~CC~


terça-feira, 25 de maio de 2021

Assobia

 

A extrema dificuldade de mudar as coisas. A forma como as organizações fingem ter princípios mas eles não ordenam na verdade as coisas, são apenas uma patine. O poder manobra sempre, sobretudo para manter os incapazes e impedir os capazes.

A vida não me cansa mas algumas coisas da vida sim, muito. E para me poupar por vezes apetece-me desistir, calar-me. Não sei é se vou a tempo de ser essa pessoa calada, ou a assobiar para o lado (ensina-me Carlão).

~CC~


domingo, 23 de maio de 2021

Comunidade

 

Ontem foi um dia especial.

Dei dois abraços a pessoas com as quais não vivo, usando, claro, máscara. Não resisti. Uma antiga aluna minha e um colega que se tem vindo a tornar também num amigo. E senti uma água levezinha a chegar aos olhos. A comoção passou rápido, mas o sorriso que cresceu para dentro ainda perdura.

~CC~



quinta-feira, 20 de maio de 2021

Ódios de estimação (3)

 

Países com direito de veto nas Nações Unidas. 


(porém, não quero o seu fim, como muitos já defendem)


~CC~

terça-feira, 18 de maio de 2021

Amores de perdição (3)

 

Um grãozinho de loucura, daquela mansa que às vezes nos deixa perplexos mas não magoa.



~CC~

sábado, 15 de maio de 2021

Um poema em seis andamentos (dois)

 

Do Poema "Diário" de Francisca Camelo.

2.

"antes de ingerir
a primeira dose de atmosfera
devíamos ler a bula
sobre os efeitos secundários
mais frequentes:
10 em 10 utilizadores
sofrerão de náuseas
fraqueza e indigestão
um ou dois tipos de abuso
(por vezes simultaneamente)
normalmente segue-se a falta de libido
e alguma solidão asfixiante
(consulte o seu médico
se esta se prolongar
após a morte)
1 em cada 1000 utilizadores
poderá eventualmente
vir a ser feliz
mas não foi ainda possível
comprovar esses efeitos"


E façam um bom uso farmacológico.

~CC~



quinta-feira, 13 de maio de 2021

Ódios de estimação (2)

 

Trinta minutos dedicados pelos jornais televisivos a festejos associados à vitória de um clube de futebol (qualquer que seja).

Mas acrescento-lhe mais: concursos de talentos a toda a hora e de toda e qualquer coisa, pior(es) se com votação do público.

~CC~



terça-feira, 11 de maio de 2021

Amores de perdição (2)

 

"Caneta que escreve canções não assina cheques"


Fausto Bordalo Dias

(entrevista RTP 1)

segunda-feira, 10 de maio de 2021

Um poema em seis andamentos (um)

 

Há coisas que nunca me cansam, pelo contrário, a sua prática aumenta a minha energia, dispara-me o coração, dá-me vida. Uma delas é descobrir poesia e poetas novos, isto é, não apenas novos e para mim desconhecidos mas admiráveis.

Eis o poema "Diário" de Francisca Camelo, são seis andamentos, deixo-vos o primeiro.

1.

perguntei-lhe
se me queria beijar
beijos pequenos
pelo meu corpo inteiro
povoar a minha pele de amor
ele respondeu
quero rebentar-te toda.


(Do livro "A importância do pequeno almoço")

sexta-feira, 7 de maio de 2021

Amores de perdição

 

Blogues (singulares, autênticos, despreocupados), livros de ficção, lugares com alma.

Gosto muito dos blogues que trilham os seus caminhos sem olhar aos vizinhos do lado, que não querem mais nada de que um espaço seu com janela para o mundo, que não têm outros objectivos que não seja dizer de si, dispensando-nos de nos quererem mudar ou ao mundo.

Gosto de livros que contam uma boa história, estas modas de misturas entre o ficcional, não ficcional, documental, ensaio e mais sei lá o quê não me convencem. Se em todas as histórias há um lado pessoal?! Sim, claro. Tal como no que escolhemos para almoçar ou jantar. Eu que me considero pouco clássica, pouco conservadora, quase sem pátria nem chão, gosto de livros de histórias.

Dos lugares, gosto de um lugar que tem uma identidade própria, quase impossível de encontrar noutro sítio. Assim sendo, antipatizo com cadeias de supermercado, lojas de franchising, sucursais e afins. Por mim ainda ia à modista, só comprava artesanato e ia ao campo apanhar flores. É evidente que não chego a tal, não tempo tempo e já não há modo de fazer essa vida. Mas ainda deliro com uma boa sopa de cação, um caminho de estevas, a carrinha do pão e o amolador que passa na minha rua sem que julgasse tal possível. 

~CC~





quarta-feira, 5 de maio de 2021

Ódios de estimação

 


Influencer(s), livros de auto-ajuda, roteiros turísticos.


Ou seja, pessoas que sabem o que as coisas são, isto é, como deve ser a vida delas e a dos outros todos a caminho de uma suposta ideia de felicidade que também dominam. São capazes de prever o destino de uma pessoa, uma família ou mesmo o que acontecerá a cada um depois da sua morte. Acreditando que como elas dizem a minha energia se materializará num outro ser vivo, só peço que não seja numa barata. O referido bicho também entra nos meus ódios de estimação.

~CC~

 

terça-feira, 4 de maio de 2021

Cuidado com a guilhotina...

 

Isto está animado, uma verdadeira batalha de classes, num tempo que isso já saiu de moda.

Mas só lhe digo Isabela, a menina deixe-se ficar nessa fragilidade alva, apoiada num tamborete como se fosse o seu rei protector e ainda vai ver que lhe acontece o mesmo que à Maria Antonieta. Até os mimos se acabam mais depressa do que supõe.

Isto foi o que a Suculenta me soprou, dizendo que a alface vive ali ao pé dela enquanto lhe der jeito para a luta, não sei é se ela conhece o termo inclusão, tenho a sensação que não...mas hei-de perguntar-lhe.

~CC~

segunda-feira, 3 de maio de 2021

Apresento as minhas armas na batalha das orquídeas.

 

Orgulhosas e belas, todas elas.

E devidamente baptizadas: Efélide, Isabela e Violeta.

Sem dúvida uma aristocracia vegetal puro sangue.

Que tenho eu para mostrar? Nenhuma orquídea, aliás nenhuma flor.

Ainda pensei ir à batalha com o loureiro (de vaso) que já morreu e renasceu umas três vezes. É coisa para enfrentar a realeza.

Mas prefiro este mistério, umas suculentas, filhas de outras que por já cá andaram. E nesse transplante aconteceram coisas estranhas, como nascerem da terra uns protótipos de alfaces. Ora eu nunca semeei alfaces, nem comprei terra. Só vos digo, deixem lá essas belezas de lado, por aqui há povo, grito e espanto. 




Ah, isto não vale? Têm que ser orquídeas?! Então, rumo à Bastilha...

~CC~




sábado, 1 de maio de 2021

Maio, meu querido Maio

 

Comecei ontem a ver o Tempo dos Operários no Canal 2, entrando assim apenas no 2º episódio. Belíssimo documentário, pois não é apenas instrutivo e didáctico mas humano e por vezes divertido, não obstante focar realidades tão duras.

Ontem maravilhei-me com os bonequinhos que os metalúrgicos faziam por baixo da mesa, sendo que o "por baixo da mesa" tem aqui um carácter magnifico de resistência, o que o patrão não vê nem é capaz de controlar, é um elefante de várias peças feito a várias mãos ou um motociclo ou uma galinhola. Há, em cada um daqueles homens duros, calejados e explorados, um menino que não morreu, que tem vontade de brincar, que ri com a vida. É esse trabalhador que festejo hoje, o que guardou dentro de si uma força que ninguém é capaz de ver e que ainda o faz sonhar, conquistar, avançar. É Maio em cada um deles, com M maiúsculo como sempre o hei-de escrever.

~CC~