sábado, 1 de maio de 2021

Maio, meu querido Maio

 

Comecei ontem a ver o Tempo dos Operários no Canal 2, entrando assim apenas no 2º episódio. Belíssimo documentário, pois não é apenas instrutivo e didáctico mas humano e por vezes divertido, não obstante focar realidades tão duras.

Ontem maravilhei-me com os bonequinhos que os metalúrgicos faziam por baixo da mesa, sendo que o "por baixo da mesa" tem aqui um carácter magnifico de resistência, o que o patrão não vê nem é capaz de controlar, é um elefante de várias peças feito a várias mãos ou um motociclo ou uma galinhola. Há, em cada um daqueles homens duros, calejados e explorados, um menino que não morreu, que tem vontade de brincar, que ri com a vida. É esse trabalhador que festejo hoje, o que guardou dentro de si uma força que ninguém é capaz de ver e que ainda o faz sonhar, conquistar, avançar. É Maio em cada um deles, com M maiúsculo como sempre o hei-de escrever.

~CC~



4 comentários:

  1. Fiquei curiosa com essa forma de resistência, a dos bonequinhos, e fui espreitar o episódio. :)

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  2. Tenho de ver na rtp play, esse documentário de que não dei ainda conta. Ter algo por ver é assim uma prendinha pequena embrulhada e em espera. Obrigada, CC. A vida tem uma força abismal. Criar esse tempo de pequenas obras conjuntas, que escapavam à chefias, mais não era que o empurrão de uns com os outros a fazê-la possível, uma subversão necessária à continuidade. É o que me parece e saúdo.
    Também gosto de Maio com maiúscula. Dos meses todos, aliás.
    Bom domingo, materno e filial.

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    1. Sou suspeita Bea, gosto de documentários e de cinema documental.
      Boa semana!
      ~CC~

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