quinta-feira, 25 de julho de 2024

Longos aros de fumo

 

Olha que engraçado, ainda se pede lume...fiquei tão estupefacta com o pedido que nem sabia o que responder, talvez por nunca ter fumado. 

Lembrei-me da minha infância e do meu pai, dos seus rolos de fumo no ar, uns atrás dos outros, aros que por vezes eu furava com os dedos, era tão belo aquilo. Da tentativa do meu pai para ensinar a minha mãe a fumar, pois as mulheres belas e finas faziam-no. Dos cigarros dos meus professores nas aulas na licenciatura de Psicologia, como se deles precisassem sofregamente para o escrutínio do nosso interior. Do meu primeiro grande amor com um beijo sempre a cheirar a fumo, que só por paixão eu suportava. E do cigarro da minha amiga, quase sempre apagado depois de duas ou três passas. 

Hoje que tanto sabemos sobre o seu malefício, que dores os levarão a buscar aquele apaziguamento. E tenho mais compaixão do que zanga, mas isso ocorre-me em quase tudo, espero que a idade não me leve toda a indignação.

~CC~


9 comentários:

  1. Nas imagens é atractivo, sim. Na realidade não.
    Quem me dera que a minha irmã mais nova deixasse de fumar e recorresse a algo menos nocivo para aliviar o stress.
    Um abraço,
    Sandra Martins

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    1. Deixe lá, é nocivo mas o stress também. Um abraço

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  2. Um dos meus grandes êxitos (se calhar o único) ... ter deixado de fumar.
    Um abraço.

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    1. O único? E esses dois magníficos filhos a cujas fotografias recorre? (o que vale é que eles não virão aqui ler). E as pinturas? E a poesia? Eu creio, apesar de não o conhecer, que os êxitos superam em muito os fracassos.

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    2. (filhos 3).Foi bom ouvir isso. Obrigado.

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    3. Três obras primas por certo!

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  3. Como os tempos mudam. Hoje não são as mais finas e mais bonitas a fumar. Mas muita mulher fuma tanto ou em maior número que os homens. A mim indigna-me. Indignamo-nos mais quando se trata de familiares próximos. Mas não adiantam conselhos, exemplos ou recriminações, ao fumador inveterado só ele mesmo pode valer.
    Boa tarde, CC.

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    1. É daquelas coisas que depende inteiramente da vontade do próprio...eu não gosto efetivamente do cheiro, só de algum de cachimbo...(mas parece que é igualmente nocivo). Bom fds Bea

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  4. após alguns anos de vício, comecei cedo (9 anos) a expelir fumo para o ar (nada de rolos, somente umas nuvens algumas vezes acompanhadas de trovoada (tosse), comemoro às 23h de 6 de agosto 18 anos em que deixei de viver com o acto de fumar.
    foi um divórcio pacífico, sem litígios... assinámos os papéis e cada um foi para seu lado

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