Vou a caminho e comprarei cravos para te deixar.
Havia tantos no quintal do teu pai, meu avô. É verdade que nem todos eram vermelhos, eram sobretudo mesclados de várias cores, tu acreditavas que o teu pai é que os tinha inventado com misturas de corantes e que antes dele todos eram monocromáticos. Tinhas crenças assim, não valia a pena explicar-te.
Apesar do corte radical das nossas vidas que representou esse Abril de há cinquenta anos, nunca odiaste quem o fez, bem pelo contrário. Claro que lamentavas tudo o que tinha ficado para trás mas compreendias que tinha sido algo inevitável, ainda que te custasse usar a palavra justo.
Posso deixar-te cravos vermelhos porque sabes que são meus e por isso compreenderás a escolha.
~CC~
Penso que os cravos são para o seu pai.
ResponderEliminarProvavelmente, não festejou esse acontecimento com alegria.
Tudo suposições e deixo uma 🌷
Olá Teresa, levarei a sua flor à minha mãe ou aquele lugar em que a deixámos quando partiu. Obrigada
EliminarComo eu gosto das suas crónicas... confesso. Também gostei desta, gosto do que se adivinha no que não é explícito.
ResponderEliminarUm abraço.
Obrigada por compreender o modo como escrevo, é assim muito meu. Um abraço
EliminarSe sua mãe ou a CC gostam de cravos, diz-lhe o seu amor com eles e esse gosto é infinito e delicado laço porque uma ou as duas os preferem, porque as une a lembrança; ninguém sabe dizer ao certo a companhia das mães nos filhos; portanto, pode ser presença.
ResponderEliminarHoje também ofereci cravos a um amigo a quem fui dizer adeus. Eram brancos. Mais valera que lhos não levasse. Mas a morte faz casa em cada vida.
Não aprecio cravos. Mas também nunca pensara viver um Abril de cravos vermelhos assomando no cano das armas. Flores cativas do 25 de Abril de 74 são flores de liberdade.
Bom fim de semana, CC.
Eu gosto de praticamente todas as flores. Dos cravos gosto pelo que simbolizam. A minha mãe gostava de quase todas as flores também, mas o seu lado de salão inclinava-a para rosas e orquídeas, o lugar em que nasceu era de cravos, o quintal tinha muitos vasos com eles.
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