Alentejo amado.
Lugar de tapetes alternados de flores amarelas, brancas, lilases. Terra a perder de vista.
Altas estevas nos lugares da serra, imagino perder-me entre elas, dissolver-me.
Céu imenso de azul, mais logo alaranjado e depois pleno de estrelas.
Bebo-te a beleza como um elixir de vida. Volto a sonhar com a casa branca com a chaminé grande e uma inscrição de números a condizer com o século passado. Isso tudo com a consciência cada vez mais plena de nunca vir a acontecer.
E como a vida não é apenas um postal ilustrado nem um sonho eternamente adiado, lá estão as fileiras de oliveiras alinhadas a perder de vista, parentes distantes daquelas que um dia conhecemos como livres e dispersas na paisagem. Tão belo como cruel o mundo.
~CC~
Um texto poético... sem dúvida. Sinto o aroma e a cor da paisagem.
ResponderEliminarUm abraço.
Fico feliz por isso. Um abraço
EliminarEu diria que o mundo é belo, os seres humanos é que são cruéis e, nem todos.
ResponderEliminarUm texto belíssima como o seu amado Alentejo, embora eu não conheça a beleza do Alentejo, eu mulher do norte de Portugal.
As únicas fileiras de oliveiras que conheço — são as italianas.
Todo o país é muito belo mas bastante diferente. Tem que vir ao Sul...
EliminarComungo do seu sentir sobre a paisagem alentejana: mora-me o calor em cada célula, corre-me nas veias a seiva difícil dos sobreiros, enchem-me os olhos estes campos de que o verão fará restolho e agora riem doçura colorida que derrota qualquer rival; e receio o dia em que a perca de todo para um incomensurável de painéis solares, amendoeiras e oliveiras por medida, com azeitonas como bolas. Mas o pôr do sol é ainda lindo, raso e chão como pertence. O Alentejo é ímpar.
ResponderEliminarBoa noite, CC.
Belo poema Bea, quase uma elegia! Bom resto de semana...
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