terça-feira, 5 de novembro de 2013

Surreal



Ai que Tryp Coimbra outra vez. Às voltas com A, B e C mas sempre no mesmo hospital, também uma escola. O rio desapareceu da janela, vieram as obras, os cortinados são os mesmos. Em A desejo não estar aqui, quero sossego, a minha sala pequenina. Em B digo que tem que ser, cada um tem o seu karma, carrega outras vidas além da sua. Em C fica aquela estação inexistente em Coimbra mas em que me apetece a tua pele, o aconchego de uma noite abraçada. Tryp que nome, nunca precisei de nada para as minhas viagens, essas que me levam sempre longe e ao centro dos meus desejos. Desejo uma estação só para mim, porque é que não me dão uma dessas abandonadas que a Refer fechou com cimento ou deixou ao abandono, mesmo que para fazer outra nova mesmo ao lado. São Tryps de negócios e não são poucas. O meu negócio seria sempre uma maneira de conjugar com comunidade e ganhar uma ninharia. Que cansaço, tanta autoestrada, camião, placas a anunciar terras a que não posso ir, a tua terra também ali no meio do caminho, estão ali os teus pais na casa que já esfria, aposto que a tua mãe me daria um bom chá de cidreira do Quintal. Ai quantas noites gratuitas valerá esta publicidade surreal? Nenhuma. Pois, classe média ou média baixa, é tudo a pagar. 

~CC~

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