sexta-feira, 7 de novembro de 2014

Sim, nós podíamos...



Eles podem, está a acontecer aqui mesmo ao lado. Querem convencer-nos que nós não. Quem? Os partidos políticos convencionais, os sindicatos, ou seja, as organizações instaladas nos esquemas de acesso ao poder. Quem participou nas manifestações dos indignados sabe bem o que foi ter outra vez lágrimas nos olhos por alguma coisa, sabe dos cartazes e das faixas sem encomenda, que nasciam bem longe das fábricas de propaganda, saiam genuínos e cheios de frescura como eram os primeiros cartazes do PSR, muito antes de se juntarem ao bloco de esquerda e constituírem uma espécie de sumos detox das causas fracturantes. Sei que muitos daqueles jovens se foram embora do país, conheço mesmo casos, alguns de família. Mas as manifestações não eram só de jovens, todas as gerações estavam presentes. Faltou o quê? Poder de organização? Fácil sedução das organizações sindicalistas que no fundo queriam era engolir estes movimentos? Dificuldade de articular vozes que se erguiam sem grande ideologia de fundo? Ser anti-capitalista não chega, é preciso mais...mas seria um princípio, uma base.  Derrubar é fácil, construir é difícil. Nós não chegámos a uma coisa e muito menos à outra...mas ainda me custa pensar nisto como um passado, alguma coisa que não volta mais. Precisávamos para já de voltar às ruas.

~CC~

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