domingo, 15 de julho de 2018

Desconforto


É estranho que ser bem tratada num serviço público me tenha causado tal desconforto. E note-se, não sou das que acham que todos os serviços públicos são maus, bem pelo contrário. Tal mal estar só é explicado pela diferença de tratamento que usufrui face aos outros cidadãos. É verdade que eles procuravam um serviço que não era o mesmo que o meu, que o meu estava antecipadamente marcado e por isso pude entrar à frente da enorme fila que às 8h30m da manhã já esperava por tirar a senha. 

Mas esses motivos não foram suficientes para me eliminar o desconforto associado ao tom de voz usado para comigo e para com os outros, nem ao tratamento por senhora professora, nem às mil desculpas usadas para não conseguir tirar as minhas impressões digitais a não ser à 9º vez no uso da máquina. Não era esse tratamento que estava errado, reflecti depois, mas o que era dado aos outros. Vivemos num país ainda tão parolo, em que os direitos humanos se resumem a posters que se colocam nas paredes e tão, mas tão convencido do contrário, que é humanista, tolerante e tal.

Todo o dia fiquei com o estômago às voltas (ah, é verdade que não o tenho mas vale a metáfora) com o aviso colocado na parede: os acompanhantes devem ficar na sala de espera. Ora se o acompanhante for um bebé, como é? E mesmo uma criança com 5/6 anos?

~CC~

2 comentários:

  1. Há dias estreei-me numa loja do cidadão de Lisboa e fiquei impressionada com a rapidez com que tratei dois assuntos e com o entendimento prestado.
    Foi numa manhã de sábado, cheguei antes de abrir e tinha uma bicha enorme (250 a 300 pessoas)à minha frente para tirar a senha. Assim que abriu, foi tudo muito rápido.

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  2. Isabel, não era infelizmente um desses serviços...com as lojas do cidadão também tenho em geral boas experiências.
    ~CC~

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