segunda-feira, 7 de outubro de 2019

Notas breves da noite longa


Na Rua da Índia podemos falar de política se nos apetecer. Não amarrar este blogue a um formato foi uma decisão em prol da  minha liberdade. Se aprecio blogues temáticos e os que são bem focados numa linha editorial? Sim, claro. Mas não tenho vida para criar vários, se assim fosse, teria este e outro(s).

Breves notas da noite:

Discursos dos líderes da esquerda em geral equilibrados e bem construídos, excepção à nota da Catarina Martins sobre a Inclusão, uma indirecta ao Livre de que não gostei. Não sei se a coragem de uma nova gerigonça se irá sobrepor aos egos individuais.

Um PSD que com este líder resiste ao populismo, que ele não saia nem se renda à direita liberal e populista. É moderado e simpático, mas de quando em quando hesita e falha em questões relevantes.

Pena que seja uma mulher a sair da liderança de um partido político pois necessitamos de mulheres na liderança política, contudo, isso não pode falar mais alto, é mulher mas também pessoa e como pessoa disse-me muito pouco. O perigo é que o partido se vire para a extrema direita.

Gostaria de ver surgir um verdadeiro partido ambientalista, este não está preparado. Por isso não consigo festejar o seu crescimento. Na minha terra cresceu imenso, foi praticamente o único a lutar contra as dragagens no Sado, enquanto outros não apareceram, estiveram contra ou envergonhadamente a favor.

Triste ver chegar partidos de extrema direita populista ao parlamento, mostra que não somos imunes ao que se passa na Europa em termos de racismo e xenofobia. Afinal basta fazer uns cartazes insultuosos ou/e falar mal dos ciganos.

A abstenção não será toda igual, no outro dia ouvi uma crónica na rádio de um abstencionista confesso que quase me fez vacilar, extremamente bem feita e coerente. Quando a estudaremos?


~CC~


4 comentários:

  1. Enquanto a CC vacila quanto à abstenção eu acho que ela só se resolve com a obrigatoriedade (a exemplo da Bélgica). Com gente que não sabe aproveitar a liberdade nem viver em democracia, tem que ser a "doer".
    Pergunta: teríamos um Portugal melhor se a abstenção fosse de 100%?
    Acabei de ler na íntegra o manifesto eleitoral do Chega. Não encontrei nada que me chocasse, e assim, não vejo o 'papão' que a CC refere. Não me parecendo o caso, contudo, observo que não gostaria de viver em sociedades totalitárias, nem de direita, nem de esquerda.

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  2. Gostaria de deixar uma palavra para Heloísa Apolónia que se destacou como uma das deputadas mais acutilantes no Parlamento. Numa jogada arriscada, foi remetida para cabeça de lista da CDU em Leiria, onde a coligação não elege representante desde 1987. E aconteceu o óbvio. Não foi eleita e despede-se ao fim de 24 anos do Parlamento. Numa altura de queda anunciada da CDU, esta escolha foi mais um presente envenenado, do que uma aposta e na minha opinião, não vejo ninguém no partido com as suas qualidades parlamentares.

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  3. Não me apeteceu ouvir os discursos. Estou razoavelmente satisfeita, o PS não obteve a maioria absoluta. Não gosto dos ares de triunfo de Catarina Mendes, mas relevo, é uma opinião muito pessoal, a senhora não me é simpática como José Sócrates o não foi. Não se pode agradar a toda a gente.
    Esperava mais do Bloco, mas talvez o Livre tenha roubado uns votos. No geral, a campanha de Catarina Martins foi-me simpática e começo a pensar que, caso queira e possa crescer, o partido tem que ser outra coisa.
    Lamento as perdas do PCP, por retrógrado que seja, a leitura que se faz é que foi mau para ele aliar-se ao PS e BE. É injusto, Jerónimo foi o primeiro a disponibilizar-se para pôr o PSD com dono e sem governo. E estou crente que algumas benesses conquistadas se devem aos dois partidos que apoiaram o PS e não ao próprio.
    Assunção Cristas não é, pelo menos por ora, uma boa política. Fez bem em demitir-se. Talvez ainda cresça neste caminho. Ou não. Mas o CDS é, de longe, preferível a qualquer extrema direita que se achegue. Seria bom que não terminasse. Partidos que são, por princípio, contra tudo que faz parte do sistema não são caminho. E a direita do CDS continua a existir.
    O PAN...sublinho o que a CC escreveu. Congratulo-me pelo Livre que ganhou um deputado. E aguardo pelas alianças necessárias enquanto temo que baste o PAN. Se for solução, sendo o mais impreparado dos elegíveis vamos cair no que não quisemos. Se a solução for à direita também não me agradará.
    A bola está, finalmente, nas mãos de António Costa. Veremos o que vale.

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  4. Joaquim, realmente não concordo consigo, não votar também é um direito. Afinal acarretam as consequências do seu posicionamento ou indiferença. Quanto ao Chega, sabe que são a favor da pena de morte? Pois, eu acho que ninguém tem o direito de tirar a vida a alguém. Parece-me no mínimo contraditório que se possa matar alguém que se condenou por ter morto uma outra pessoa.

    Bea, de acordo:)

    ~CC~

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