quinta-feira, 3 de janeiro de 2013

Malditas facturas



Eu sempre fui uma militante dos impostos, crente no sistema nórdico de um Estado capaz de velar pelos direitos sociais de um povo junto por uma língua, uma bandeira e mais umas quantas coisas que geram identidade. A maior ofensa que me podiam fazer era dizer-me se queria factura ou não e alterar o preço em função disso, paguei muitas vezes mais por exigir a factura. Para mim era natural pagar e fazia-o com orgulho a pensar no bocadinho de uma escola nova para a qual eu teria contribuído. Desde o BPN que desacreditei, sei que demorei bem mais tempo que outros que mais cedo abriram os olhos.
 
Hoje tive que mostrar o cartão de contribuinte três vezes e receber três facturas que não quís. Quando dizia que não queria nada, bastava um simples talão, os comerciantes respondiam que então não podia levar o produto em causa. Nunca pensei viver para ver isto: os cidadãos a vigiarem-se uns aos outros por conta do Estado que os rouba. Não fico nada contente com esta minha negatividade, nunca quis pensar em problemas sem pensar em soluções, passo parte do meu tempo a imaginar um mundo sem este sistema financeiro e às vezes vou muito mais longe e imagino-o sem partidos políticos e sem fronteiras. Depois, regresso, como quase todos, à vida em que tenho que pensar nas coisas triviais que nos alimentam os quotidianos mas com pena de não dedicar mais tempo a pensar com outros as alternativas (sem congressos e assim...).
 
~CC~
 
 
 
 
 
 

2 comentários:

  1. ... estamos sempre a tempo ... ;-) ... sem congressos e assim!! ... só almoços e passagens de ano de encontros!
    :-))

    Beijos

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  2. Polícias uns dos outros. Eu eduquei filhos repetindo a ladaínha "todos temos que pagar impostos", mas nunca os imagimei polícias.

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