sexta-feira, 20 de dezembro de 2013

Pequenas notícias dos vizinhos



Na última semana não soube qualquer notícia sobre Portugal. Aqui mesmo ao lado, Portugal é um país invisível. Na universidade de Salamanca há estudantes de medicina, nada mais. Não é pelas melhores razões, é porque no nosso país as médias de ingresso são absurdas. As relações de vizinhança parecem-me pouco investidas a todos os níveis. Um miúdo de 10 anos numa escola que visitei fez-me uma pergunta interessante: vocês aprendem espanhol na escola? Lá expliquei que numa minoria delas sim, era possível ter essa opção. Já estudantes brasileiros, pagos com bolsas nacionais e estaduais, há em todos os cursos e a concluir uma série de graus e têm um centro para a promoção destas relações académicas entre os dois países.

Para além de Salamanca ser uma cidade monumental, calma, limpa e organizada (bem sei que nem toda a Espanha é assim) gostei muito de outras duas coisas: o ensino de nível primário tem 6 anos como em quase toda a Europa, os miúdos permanecem nas suas localidades esse tempo e depois vão para as escolas grandes das cidades maiores.  É tempo de crescer e de dar o salto, mas até aos 12 vão a pé de casa para a escola.  Os bairros residenciais têm todos um centro cívico, os construtores têm obrigatoriamente que o incluir no plano da urbanização. São as casas do povo modernas, a verdade é que são geridas pelos moradores e aí se fazem as festas de aniversário das crianças, as reuniões de bairro, funciona o grupo de teatro amador ou se encontram os mais velhos para dois dedos de conversa. Esta promoção da vida comunitária é feita tanto em bairros sociais como em bairros de vivendas de classe média ou mesmo média alta. O bairro em que estive seria quase considerado de luxo em Portugal, por isso fiquei mesmo espantada por saber que tinham uma equipa de futebol e um grupo de teatro. Para mais tarde deixo o projecto que visitei, exemplar em termos do incentivo à participação cívica das crianças. Certo é que mal cheguei já estava a participar num programa de rádio em que eles eram os principais promotores. E sobre quê? O título era: conhece os teus vizinhos. Não, não eram os vizinhos de outros países que tanto atraem por algum exotismo. Eram mesmo os que moram na casa do lado e que mal conhecemos.Como vizinha, lá tive que me fazer entender no meu castelhano altamente deficitário...mas quando queremos comunicar, de tudo nos socorremos.


~CC~







4 comentários:

  1. Boa estadia, bom trabalho e Bom Natal. E um abraço.

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  2. CC, todas as famílias têm memórias menos felizes do Natal. O importante é que consigamos fazer sobreviver as memórias e as experiências positivas.
    Renovo os votos de Feliz Natal e de um 2014 próspero.

    Um abraço aqui deste mar de pedras

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  3. Maria, obrigada. O Natal já será em Portugal, não poderia passar sem as filhozes :)

    Deep, não me escondo da dor, aprendemos com ela e faz parte da vida, tal como os momentos felizes. Às vezes até num mesmo dia conseguimos estar tristes e contentes. No Natal estaremos nos extremos do país, uma muito a sul, outra muito a Norte, no entanto até aposto que muitas coisas serão comuns, nomeadamente repousar do trabalho durante uns dias. Um bom Natal, espero que com uma bonita neve.
    ~CC~

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  4. Maria, obrigada. O Natal já será em Portugal, não poderia passar sem as filhozes :)

    Deep, não me escondo da dor, aprendemos com ela e faz parte da vida, tal como os momentos felizes. Às vezes até num mesmo dia conseguimos estar tristes e contentes. No Natal estaremos nos extremos do país, uma muito a sul, outra muito a Norte, no entanto até aposto que muitas coisas serão comuns, nomeadamente repousar do trabalho durante uns dias. Um bom Natal, espero que com uma bonita neve.
    ~CC~

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