Dizer não é fácil, excepção se esse não é dito a quem amamos. Dizer não aos filhos que adoramos, dizer não ao namorado, aos amigos, à família. Este tem sido um dos meus maiores problemas, a minha assertividade morre com facilidade em face do amor e isso mortifica-me porque não quero fazer aquilo e faço-o em prol do outro. Faço-o para o (a) ver feliz, empresto um vestido que não queria emprestar, vou a um lugar que não queria ir, tolero um comportamento que me parece intolerável.Vou colocando limites, não cedo se o desejo do outro esbarra em algum medo meu, em algo que me repulsa, que rejeito. Mas admito que é pouco, há muito que devia ter posto a fasquia mais acima, ao nível do que me faz feliz, do que me faz bem. Mas se a ponho aí, sinto-me demasiado egoísta. Tento fazer coisas pelos que amo que não me custem muito, que não me façam sofrer a mim. Mas ainda assim tenho que me deixar de sentir triste por cada vez que digo não, o não é um direito meu, devia tê-lo aprendido logo em miúda e não teria sofrido de forma tão tonta. E devo dizer-vos: é assim que muita coisa má começa, nesse não querer desagradar a quem amamos por medo de o(a) perder. Devemos ter a coragem de perder, de sermos nós inteiros e desassombrados, dizendo as coisas que custam dizer e não são muitas vezes politicamente correctas. Tantos casais que eu vi acabar lentamente por causa dos almoços de domingo em casa dos pais (que um não queria), dos filhos e dos animais (que um não queria), das férias de família (que um não queria). Não é uma palavra redonda, sonora, linda.
~CC~
E às vezes...dramática (a palavra).
ResponderEliminarCC, revejo-me tanto nestas palavras.
ResponderEliminarNunca é tarde para começar a dizer "não", ainda que seja aos pouquinhos.
Beijinho