quarta-feira, 20 de outubro de 2021

São só perguntas

 

O que dói mais?

Deixarmos de amar alguém ou alguém deixar de nos amar? 

E quando acontece é de uma vez só, como um corte, ou vai acontecendo? Ou das duas formas?

Idealmente devia ocorrer ao mesmo tempo, dois barcos afastando-se mais e mais, o mar de permeio a unir e a distanciar, um adeus leve cheio de vento e ternura. Há despedidas assim? Ou há sempre dor, mesmo que amortecida, daquelas que se transportam sem exigir medicação ou consulta?

Eu só estou aqui a perguntar, nada mais. 

~CC~


 


10 comentários:

  1. Muito bonita essa imagem "marinha" de afastamento. Até acredito em casos assim, embora suponha que sejam raros. De resto estou mais do lado das perguntas do que das respostas.

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    1. Doce sim mas ainda assim sempre um bocadinho triste, não acha Luísa?
      ~CC~

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  2. Estou do lado das respostas e arrisco que em casos sérios de amor a dor está lá. Se há amor, a dor do apartamento é consequência necessária. Espera-se que o tempo a mitigue e esmoreça, não há outro caminho, nunca houve. Quem nos dera, e oxalá o afastamento fosse esse apartar de dois barcos com rotas que divergem, o tal "adeus leve cheio de vento e ternura". Mas é tanta coisa mais. Tanta. Pode, contudo, ser assim para um dos intervenientes e não para o outro. Porque, o improvável da simultaneidade é o improvável do que cada um sente. Que isso só ele o sabe e não é de dizer ou confidenciar.
    Um texto melancolicamente bonito, CC.

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    1. Até nos comentários a Bea escreve com uma qualidade...só para dizer que o seu comentário é tão ou mais bonito que o texto.
      ~CC~

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    2. Já tenho dito que esta senhora até parece que se esmera mais nos comentários...

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  3. Estou do lado das respostas.
    Deixar de amar alguém é mais tristeza e desencanto que dor. E, nesse caso, a imagem de partir lentamente num barco a remos parece-me bem, nunca num cruzeiro. Mas para o abandonado(a) pode ser um naufrágio, se realmente existiu amor.

    Sendo a simultaneidade impossível, é sempre mais feliz quem mais amou.

    PS - porquê a necessidade da última frase CC?

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    1. "Sendo a simultaneidade impossível" - acha mesmo? Não tenho assim tanta certeza, acho que um movimento poder gerar o outro também, alguém inicia o desamor e o outro vai respondendo da mesma forma, por protecção, necessidade ou por se desiludir também.
      A última frase destina-se justamente a obter respostas de quem lê. Tenho curiosidade em saber...

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    2. CC, o que eu quis dizer foi, "para os casos" em que a simultaneidade é impossível... Mal fora.
      Para obter respostas, que sempre as teria, não era preciso a última frase :)
      Não concorda?

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  4. Qualquer coisa é melhor que o moderno e brutal ghosting
    https://leitor.expresso.pt/semanario/semanario2556/html/revista-e/fraco-consolo/amigos-fantasma

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