segunda-feira, 1 de julho de 2024

Adeus Gigantes

 

O que um pintou, o outro podia cantar.

Deixaram-nos dois gigantes.

Um nas Artes Plásticas, outro na Música.

O primeiro, Manuel Cargaleiro, conheci tardiamente mas foi com absoluto deslumbramento que visitei em Maio o seu museu em Castelo Branco. Foi mesmo o último museu que visitei e perguntei por ele ao guia, disse-me que estava vivo e cognitivamente capaz, embora frágil fisicamente. Teria fotografado quase todas as obras, não fora o tempo não deixar, apetecia-me trazê-las comigo para vê-las depois, saboreá-las.

Fausto Bordalo Dias maravilhou-me ainda adolescente, nos primeiros acordes de Rosalina. E continuei absolutamente maravilhada de disco em disco, tendo visto poucos concertos ao vivo (não era coisa que ele gostasse), apenas um, ao qual junto o último concerto do Zeca Afonso no coliseu. Coloco-o a par do Zeca, no mural dos maiores. Era ainda novo, parte com 75 anos, mas se a doença o tomava de dor, só podemos pensar que a morte deve ser sido apaziguadora. 

Nós, nós é que ficamos cada vez mais pobres. 

Adeus Gigantes.

~CC~