quinta-feira, 3 de abril de 2025

Para derrotar o medo

 


O medo está a subir na escala. Talvez medo nem seja a palavra. É mais desconforto. Não gosto de aeroportos nem de aviões. As barreiras, os apitos, a polícia, os documentos, é tudo insuportável. Como é que alguém que detesta uma coisa a faz?! É o destino do outro lado a chamar. Haverá uma balança em que o desconforto pesará tanto que ficarei à beira de desistir, aguentarei por um triz. Depois talvez chegue e se assim for e acordar na manhã seguinte numa rua e num lugar que não conheço, farei como as mães que deslumbradas pelas crias esquecem toda a dor. Mais, apenas longe de casa consigo realmente descansar. E a cada dia noutro destino é como se tudo se relativizasse para me proporcionar o esquecimento necessário para respirar mais e mais e outra vez. Além disso, derrotar o medo é viver, escrevo aqui também para o derrotar.

~CC~


6 comentários:

  1. Viajar causa-me sempre desconforto.
    Contudo, viajo. Talvez para vencer esse medo
    de que fala.
    Abraço

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  2. Derrotar o medo é quase um propósito (ou mesmo um propósito) da sua parte, CC. Sou o inverso. Gosto de aviões e de aeroportos, adoro sentir o avião a criar velocidade e deixar o solo (depois, é tudo tempo muito igual). Mas também detesto filas, aquele aparato de ver e medir malas, de deitar fora as garrafas de água (ou outro líquido), de me fazerem descalçar as botas porque soa o apito, os autocarros até ao avião e o inverso, etc. Se vou na segunda circular e descola um avião, invejo-o para onde quer que vá e sigo.lhe o percurso até onde posso (não posso muito ou bato na viatura da frente). Mas sou um bocadinho CC: só longe daqui, fora do ambiente a que pertenço, me sinto em férias (senti-me estrangeira também em S. Miguel). Suponho eu que só assim tiro férias de uma parte de mim sempre atarrachada a deveres e obrigações não escritos mas bastante vincados e exigentes.
    Desejo-lhe boas férias, óptima estadia. E que regresse em bem: renovada, que é como quem diz, descansada e em paz.
    E boas coisas a acontecerem

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    1. Não são bem férias, enfim um misto de trabalho e férias, ainda que possa parecer estranho, ou seja um congresso ao qual juntei 2/3 dias pois bem me custa ficar enfiada nos sítios e nada conhecer. Ainda falta um bocadinho mas obrigada, torça pelo ir e voltar por favor:)

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  3. Aviões = Medo. Também é assim para mim. Mas com filhos e netos lá longe, como fazer? Vêm cá eles.
    Um abraço.

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    1. E não se queixam?! Quem tem bons filhos, tem (quase) tudo.

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