segunda-feira, 2 de janeiro de 2017

Quem eu sou



Consegui uma proeza única, perdi as 12 passas que devia ter comido na passagem de ano, não é uma metáfora, aconteceu literalmente. Como não estava em casa, não tinha mais. Também não tinha champanhe, por isso molhei os lábios com aguardente velha. Pensando bem, deve dar tanta sorte como beber champanhe e comer as doze passas. Afinal a sorte é mera convenção humana, como as passas e o champanhe. Não me senti muito feliz, mas também não costumo sentir-me feliz nestas ocasiões. Uma vez ou outra estive feliz numa passagem de ano, menos do que aquelas em que não estive. Entristece-me a alegria, ou a falsa alegria ou o dever de ficar alegre. Nada disto por querer ser contra a corrente, nada por contestação do que aos outros alegra, mesmo só por seu eu, quem eu sou.

~CC~

5 comentários:

  1. também sou assim. nunca gostei de passas e em miúda engolia-as inteiras.
    hoje só como 3 e se houver :)
    bom ano, CCF

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  2. Também sou um pouco assim, CC, nem sempre fico feliz quando é suposto estar-se. Por vezes, a euforia deprime-me. Talvez por isso opte por ficar em casa e por prolongar a noite, em frente à lareira, quando todos já foram dormir. :)

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  3. Laura e Deep, também acho que não sou a única...obrigada por dizerem.
    ~CC~

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  4. Este ano nem passas comi. De perna estendida (torcer o pé no último dia do ano é bastante original...)passei a meia-noite com um livro na mão. De qualquer forma atrapalho-me sempre com os desejos. Impossível uma pessoa concentrar-se neles e nas doze passas em simultâneo. :)

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  5. De facto quem inventou tal tradição estava a pensar nas "passinhas do Algarve" (quem foi? não sei...)! As suas melhoras.
    ~CC~

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