segunda-feira, 13 de maio de 2013

Afinal fico



Ontem, entre Fátima e o Futebol, entristecia com este país. É nestes dias que me apetece partir, sair por aí mundo fora à procura de um outro ar para respirar. Desespero.

Mas depois voltei ao Curtas Sadinas (não foi à toa que adoptei esta cidade) onde tinha estado no dia anterior e saí de lá outra pessoa por ter visto outro país que vive dentro deste.

Cinco prémios absolutamente magníficos.
 
Maybe é uma curta de ficção sobre o modo como um rapaz pode fazer render uma rapariga e encantá-la se for criativo e ser criativo é superar-se a si próprio, ao que se julga capaz. E ela puxa por ele, faz-se difícil, pede-lhe mais. O que é o amor se não for também desafio.
 
Fado de um homem crescido é uma curta de animação sobre as recordações de infância num bairro típico lisboeta, as memórias das coisas que marcam uma vida como a caderneta de cromos, os ralhetes da mãe e a primeira troca de olhares. Os bonecos são lindos e acompanhados pela voz de António Zambujo.



 
Gasoline é uma curta regional por ser um memorial a uma terra e a um rio, uma homenagem à onda mais urbana que existe no país, onde se substitui a beleza do mar pelo afecto da terra. Toscos e maduros estes surfistas têm muito mais piada que os mocinhos que pintam o cabelo de louro e perdem manhãs à espera da onda perfeita.
 
Rhoma é uma curta escolar porque é feita por uma aluna da escola de teatro e de cinema de Lisboa e é uma espantosa busca das origens de uma rapariga cigana cuja família fugiu à tradição da sua comunidade. Sem nunca julgar nem emitir juízos de valor ela mostra como a tradição pode ser um peso que esmaga e simultaneamente uma identidade que enraíza.
 
E uma menção honrosa para essa maravilhosa animação de uma turma de 12º ano de Vila do Conde: o Belo adormecido.
 
Afinal não me quero ir embora.
 
~CC~
 
 






1 comentário:

  1. Há que aproveitar o pouco que nos vai prendendo a este rectângulo de terra com vista para o mar. :)

    Boa semana. Abraço

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