Corri apenas um bocadinho mas era como se tivesse voltado aos meus catorze anos, curiosamente a primeira vez que pisei Tróia foi num corta-mato, como estava longe a perspectiva de um dia morar aqui. A posição das mãos, das pernas, o respirar, era eu mas já não era eu, era um antes que voltava. Nesse tempo correr era moda não pelos mesmos motivos que agora, é que havia em todos nós um Carlos Lopes, uma Rosa Mota adormecida, era um país a começar a acreditar em si. Agora correm para colocar as fotos de si a correr nas redes sociais, porque correr é em si mesmo uma rede social.
Eu corro para me lembrar que tive catorze anos e uma esperança enorme na vida, corro para recuperar a esperança. Ainda pouco, muito pouco.
~CC~
a esperança mora com os sonhos. perdemos a capacidade de sonhar e com ela vai-se a esperança, também.
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