terça-feira, 9 de julho de 2019

Não há B, nem C, nem D


Pouco a pouco os electromésticos foram avariando. 

E vieram os diagnósticos, pagos evidentemente. O valor da proposta de cada arranjo pouco abaixo do valor de uma máquina nova. Se adicionado o valor da deslocação, muito próximo mesmo. Diz o entendido que tenho sorte, cada um dos novos não durará metade do que estes duraram (cerca de 14 anos). Significa isto que apesar da tecnologia estar cada vez mais avançada, tudo durará cada vez menos. Já tinha percebido isto mesmo com os carros, lembram-se que duravam uma vida? Os miúdos que neles andavam a comer guloseimas eram os mesmos que neles aprendiam a conduzir. 

Olho para a mobília de quarto da minha filha comprada há meia dúzia de anos, também está toda estragada, os cantos descolaram e a pretensa madeira de faia ficou baça e feia.

As coisas são agora feitas para serem descartáveis, jogadas fora. Pergunto-me amiúde para onde irá todo este lixo. Pergunto-me como fazer diferente, sem conseguir arranjar solução. As máquinas estão ali paradas e ando a lavar roupa e loiça à mão, sei que não é sustentável para mim, mas adio, penso, repenso.

A vida moderna está cheia de paradoxos, de contradições, de dilemas. Fingir que é simples o caminho para um planeta sustentável é ilusório, com pequenas coisas até já consigo fazer o caminho, mas com outras tenho muita dificuldade. Mas a consciência essa está sempre lá: não há planeta B, nem C, nem D...


~CC~


2 comentários:

  1. pois não há, ainda há dias li essa mesma frase noutro lugar. E também não encontro solução para o consumo e seu lixo, se os utensílios e maquinaria duram cada vez menos tempo.
    Vou optando por consertar: o carro, cada máquina, tudo que tenha conserto a preço que o mereça. Sobretudo porque gosto deles. São velhos mas custaram-me a ganhar, ganhei-lhes hábito, acompanharam-me muita vida e pouparam muito esforço. Até à última hipótese, espero neles. Mas para salvar o planeta que é só um, é tudo muito insuficiente, corremos na estrada que vai dar ao desastre.

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  2. Bea, o BE tem um slogan com ela, não sei se original se cópia...hoje em dia é tão difícil sabermos o que é original.
    Gostava de ter aprendido a consertar coisas, sou completamente inábil e arrependo-me, já não vou a tempo de aprender muito.
    ~CC~

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