segunda-feira, 11 de novembro de 2019

Aguardando pelas minhas asas


Novembro está traçado para mim no formato da formiguinha, indo e vindo no caminho sem quase descanso, por inevitabilidade de poder escapar ao meu destino. Constato, contudo, que me é cada vez mais difícil o percurso pelo carreiro, o esforço, o transporte da carga, o cumprimento do objectivo. O que me resta de brio é aplicado a tentar fazer com que a tarefa tenha um mínimo de brilho e encanto. Sei, porém, que é o possível nascimento das asas, que de momento estão recolhidas, que fará de mim a outra formiga que na verdade já sou.

~CC~

8 comentários:

  1. a repetição é importante, porque nos confere espessura. mas, por vezes, precisamos também de descontinuar a vida para não entorpecermos por dentro. precisamos de refúgios interiores para sobreviver ao quotidiano repetitivo.
    CC, deixe essas asas crescer por dentro, pois é nos meses cinzentos que mais precisamos delas. :)

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  2. Paula, eu nem tenho quase rotinas...mas às vezes tenho trabalhos de Hércules:)
    Que importa, já viu hoje a lua? Está cheia mas brilha como nem é vulgar no Outono, quase conversou comigo agora mesmo, a dar-me alento, assim como a Paula, obrigada.
    ~CC~

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  3. julgo eu que o trabalho das mulheres é muito de formiguinha e repetitivo. Mas já li que não é o caso da CC. É uma mulher especial, ainda assim, assoberbada. Uma formiga com asas...é uma imagem bonita. E estamos no tempo delas, antes da chuva eram às dezenas pelo chão.
    E eu que não vi a lua. gastei o dia a procurar uma única coisa que não encontrei e é documento importante e necessário. Estará dentro de um livro que provavelmente esqueci sobre um balcão, numa mesa, ou sabe-se lá onde, mas decerto por essa Lisboa fora. Amanhã vou pensar na forma de resolver isto que hoje já não consigo.
    Boa noite CC.

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    1. Bea, também era mais ou menos perita em perder documentos no meio dos livros, mas agora ando com poucos, quase sempre com a mochila com o computador lá dentro. Segunda via do dito, é possível?
      Hoje não consegui ver a lua. Boa noite.
      ~CC~

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  4. Asas servem para voar,
    para sonhar ou para planar...

    Asas são para proteger...

    Asas são para combater...

    Não há leis para te prender,
    Aconteça o que acontecer.

    São palavras de uma canção que sempre me encantou; espero que a inspirem a criar as suas próprias asas ~CC~.

    Ontem, cerca das 19h, alguém bateu à minha porta; quando abri, ali estava ela linda, linda, enorme, com um brilho especial (pareceu-me), e eu nem sabia que era lua cheia... só depois, muito a custo, vi quem era e o que queria. Incrível o fascínio que a lua exerce sobre alguns de nós, não é?

    Força, formiguinha!
    🐜

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    1. Gosto dessa canção sim.
      Fascínio, mesmo sabendo nós que os homens já a escrutinaram toda.
      Obrigada Maria, um fim de noite bom para si.
      ~CC~

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  5. O seu texto fez-me lembrar aquele fado da Katia Guerreiro:

    É no teu corpo que invento
    Asas para o sofrimento
    Que escorre do meu cansaço.
    Só quem ama tem razão
    Para entender a emoção
    Que me dás no teu abraço.

    Pode ser que ajude. Resto de bom Novembro.

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  6. Toda a canção é uma ajuda, embora não goste muito de fado e das fadistas a Katia não seja das minhas favoritas. Gosto da Aldina e da Cristina Branco e de alguns da Ana Moura. Novembro...nem vou dar por ele:)
    ~CC~

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