Tinha dois amigos nascidos em Novembro,
Ambos subterrâneos, sombrios e profundos
Amigos cortantes e gelados
Amigos calorosos e meigos
Tão inteiros e genuínos
E agora só tenho um
E por isso estou muito mais sozinha
sem uma amiga de Novembro
Choro a sua ausência com os seus brincos postos nas minhas orelhas
E a memória das nossas cabeças rapadas pela doença
Ela haveria de corrigir letra por letra este poema
E detectaria por certo o erro
Contido no uso do verbo passado para a referir
Amigos não morrem ainda que morram.
~CC~
É verdade que a amizade não esvai com a morte, o passado é o imutável de cada um. Mas o sentimento que fica assenta os pés em irreversível saudade de que a vida nos vai distraindo. E vamos crescendo em saudade, a amizade já não tem por onde cresça.
ResponderEliminarA sorte não me deu amigos de Novembro. É uma boa sorte.
Boa noite, CC.
A minha lista de amigos é quase um deserto.
ResponderEliminarUm abraço.
É verdade CC, a amizade, assim como o amor, mesmo que termine por morte de um interveniente (que palavrão desinspirado), permanece em nós. Mas se acabar por causa diversa, lembremo-nos de Vinícius que dizia acerca do amor, "Que não seja imortal, posto que é chama, Mas que seja infinito enquanto dure."
ResponderEliminarE como eu costumo dizer, quanto mais envelhecemos, mais olhamos para o passado para sentir felicidade. Mas amanhã é um novo dia.
Abraço CC.