Mais uma jornada de itinerância.
Retive a cidade molhada pela chuva e o modo como acordou com o céu mesclado no dia seguinte e solarenga no dia mais a seguir. Em todas essas nuances deletei-me a ver o modo como a água reflectia a luz. As cidades da água têm uma magia especial, é como se nelas os elementos vivessem num diálogo mais íntimo, fazendo com que nos sintamos mais parentes dos peixes e das aves. Não se conhece uma cidade se não se vive o seu amanhecer e o seu anoitecer, é esse o factor que permite ou não gerar a química.
Não sei como há quem vá apenas para proferir a sua conferência ou comunicação, não se desvie um milímetro do anfiteatro e da universidade, vão e voltam no mesmo dia se for preciso e nada bebem nem comem e muito menos deambulam ou absorvem. O essencial das coisas está muitas vezes ao lado delas ou preso em algum cujo título não deixava adivinhar o tesouro que escondia. A academia está cada vez mais cinzenta e fechada sobre si própria ao passo que as cidades vibram, exultam e comunicam. Talvez isso explique a oferta aos oradores tenha sido três livros publicados pela universidade em vez de uma caixinha de doces típicos.
Hei-de deixar um conselho aos que ficam ou aos que chegam: olhai as cidades por onde passas.
~CC~
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