quarta-feira, 18 de junho de 2014

Manhãs de Oviedo



Dizem-nos que chove quase sempre e que estas manhãs de sol são uma bênção que os deuses de chuva das montanhas resolveram conceder a uns portugueses transviados. Não há por aqui muitos, não vimos nenhuns aliás. Há grupos de turistas idosos com guias muito jovens, parecem oriundos de países nórdicos ou anglosaxonónicos. Não chegam para perturbar a paisagem natural da cidade. As cidades periféricas têm este condão de nos reservar a tranquilidade da sua vida própria, são iguais a si próprias e indiferentes a meia dúzia de turistas, coisa que aliás não somos. Hoje é dia de conferência, falar da minha escola, do curso,  mas apetece-me mais falar da terra que adoptei, ler poemas, falar da luz.

O futebol está por toda a parte e lamentamos não chorar a derrota portuguesa, estamos perto da indiferença. O mar cantábrico não é o mar da minha terra, é escuro, cheio de ondas, bate um vento norte. Deve ser frio como o do portinho da Arrábida, tão diferente do de Tróia. Gosto de ver o mar cantábrico, gosto de perceber como é, seria quase impossível deixá-lo banhar-me o corpo.

As pessoas são calorosas, dizem-nos para ter cuidado com a cidra que nem parece álcool.

~CC~

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