Os mesmos de sempre, vestidos a preceito, cerimónia fechada, o povo mantido à distância, apenas para observar, quanto muito bater palmas. Tudo igual desde há vinte anos, mudando apenas a cidade e as palavras que lhe são destinadas. Apenas o desmaio do presidente e os protestos são motivos de comentário. Zero de conteúdo, zero de afecto, zero de proximidade.
Chamem todos os que partiram de Portugal nos últimos anos, são esses, na maioria jovens, que precisam de uma palavra, de um abraço, de saber que este país é deles. Convidem os que andam pelas ruas e perderam há muito o norte, com abrigo nos centros de acolhimento ou a viver na rua, sentem-nos à mesa do presidente e do governo, são esses que precisam de se saber não esquecidos. Peçam aos bancos que vos indiquem todos aqueles que nos últimos anos entregaram às casas aos bancos por não poderem mais pagar os empréstimos e convidem-nos para esta cerimónia, são eles que precisam de esperança. Esta cerimónia é do Portugal enfastiado, de circunstância, do que não sofre. Façam um 10 de Junho entre as pessoas que se sentem sós, tristes e perdidas. Ai, se tivessem coragem....
~CC~
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