quarta-feira, 30 de julho de 2014

Esperar o sol, o piar dos pássaros, uma qualquer lagoa



É um verão de manhãs de bruma, faço um exercício aritmético em torno da hora em que o sol espreitará. Espero outras coisas ainda. Um banho com temperatura quente de mar, um acordar com piar de pássaros ou pelo menos sem ruído de carros. Uma refeição demorada, em que não apetece levantar da mesa. Um livro que me apaixone. Acordar vários dias perto de ti, sentir o teu braço matinal e preguiçoso a passar por cima de mim. Sentir as raparigas num qualquer quarto da casa, na galhofa em torno de coisas parvas. Passar por uma feira pimba em qualquer terra, só para ver o artesanato regional, comer um petisco e rir da fatiota da moça ou do moço que pisará o palco. Durante uns dias pensar que não há nada para fazer, convencer-me que o mais que há é pensar onde haverá uma lagoa, uma piscina, um bocado de mar, um bocado de verde, uma aldeia bonita, umas compras numa mercearia ou num supermercado cujo nome não me seja conhecido. Manhãs de bruma, há muito que não havia tanto nevoeiro em Agosto. É preciso paciência para esperar o sol, acreditar que vem.

A escrita era intermitente cada vez mais por excesso de trabalho, pouca vontade de estar ao computador porque é o meu instrumento privilegiado de trabalho, pouca apetência por comunicação não presencial, agora são as intermitências estivais que se aproximam
.

Até mais ver* como  se diz no país irmão, no qual em breve (me) nascerá um sobrinho-neto, não o primeiro a nascer em terras brasileiras, mas o primeiro carioca e filho de emigrante recente, de um sobrinho muito querido.


* não por força de qualquer acordo ortográfico mas porque apetece de vez em quando aquele português açucarado.

segunda-feira, 28 de julho de 2014

Coisas pequenas de gente grande



Acabei de cozinhar uns cogumelos maravilhosos que trouxe do fundo de uma gruta, é aí que um jovem ensaia produzir várias espécies e nos faz emergir no mundo da micologia, explicando como é que de vários substratos (que também experimenta) nascem cogumelos de tantas cores e feitios. Antes tínhamos ido à fábrica das mantas, ao que sobra de uma indústria que já foi poderosa, o matraquear dos teares mecânicos só precisam agora de duas ou três pessoas, continuam a ser pequenas fábricas, ainda assim a recuperar desenhos antigos, a ensaiar cores novas. Uma manta custa muito barato, três vezes mais nas lojas. Ouvimos as histórias que sabemos mas esquecemos tantas vezes: as grandes superfícies que querem vir buscar o produto a custo quase zero, a dificuldade em suportar. Falhámos a senhora que faz os sabonetes artesanais, lá iremos depois. Parece que estou a falar de férias, de visitas de férias, mas não estou. 

Andamos a ver como mostrar às crianças a sua própria terra, ensiná-los a ver o que não está à vista, transformar-lhes o olhar, se possível criar a partir do que se vê, ouve, cheira. Não somos profissionais como os bailarinos que estão em Rabo de Peixe e colocaram as crianças a fazer um bailado intitulado cardume. A nós move-nos o coração de amadores, alguma generosidade, o folgo que nos resta antes da velhice chegar. Passaremos assim uma parte das férias a trabalhar sem com isso ganhar monetariamente nada. Mas eu só quero ganhar  o resto, a semente que fica nas crianças quanto participam nestas coisas, se em mim frutificou para sempre a semente lançada nas oficinas de Drama era eu adolescente, quem sabe em alguns deles também. Podemos sempre perder, perceber que não vale a pena, mas por ora move-nos aquela Igreja velha de sala ampla onde agora aos fins da tarde fazem ginástica os mais idosos. Já não há santos no altar, teremos nós que os inventar, entre os anjos e os nossos corpos, talvez nasça alguma coisa.

~CC~

domingo, 27 de julho de 2014

Palavras para Gaza


É um povo
a viver numa faixa
enfaixado
cercado
numa caixa
tapada
um buraco apenas
onde entra agora o fumo negro

É um povo
entalado
apertado
controlado
que vive quase sem respirar
cercado
facilmente assim se aprende a odiar

na desproporção tão grande da força
os vemos
com o desespero à porta
já não há mais mel
já quase não há oliveiras
só sangue e mais sangue

um dia todos serão radicais
e bem dentro da palavra estará anti ocidente
assim cercados
facilmente se aprende a odiar
quando se vive numa faixa
controlados.

~CC~





quarta-feira, 23 de julho de 2014

A educação dos amantes



Pensamos que nascemos ensinados, que basta seguir a intuição, que se os bichos encontram o caminho, nós também encontraremos. Tudo mentira. São inúmeros os casos de casais apaixonados que não encontraram o prazer nos seus corpos. Casos em que sexo e amor se desencontram. Mulheres que não sabem, homens que não sabem. É por isso que a Vida de Adèle é um filme tão bom. É instrutivo acerca dos corpos das mulheres e do seu prazer. É verdade que são duas mulheres a explorar-se uma à outra, eu diria que isso é bastante mais fácil, elas sabem o que lhes dá prazer, onde e como. São também mulheres e amantes muito belas e por isso penso que o realizador as escolheu como um pintor escolhe os seus modelos mas ao mesmo tempo cobriu-as de pequenas imperfeições capazes de as tornar humanas, próximas. A Emma não tem os dentes perfeitos, a Adéle não usa maquilhagem e tem um cabelo que solto a deixa com ar de bicho. Mas são tão bonitas. 

Estou em crer que o erotismo do filme reside no amor e não no sexo e na forma quase perfeita como o amor consegue combinar com o prazer. É nessa combinação que reside a instrução do filme, o seu magnífico valor educativo. É longo, tem muitas cenas de sexo, ouvi queixas à saída relativamente ao assunto, considerando-o exagerado. Discordo, se há cenas que poderiam ser cortadas, creio que não seriam essas. É bem verdade que nunca vi uma câmara mostrar tanta pele, não é apenas nudez, são os contornos, a luz, cada bocadinho que uma encontra na outra. Trata-se de amor entre mulheres e, contudo, acho que é um filme para os homens conhecerem as mulheres. Haverá algum assim para que as mulheres conheçam os homens? Não, nunca vi nada semelhante em filmes com sexo entre homossexuais homens, nem sequer Fassbinder, nem Almodóvar. 


~CC~

Nota ou quase outro post. È outro tipo de instrução que é filmada nas cenas em que Adèle aparece no Jardim de Infância como educadora mas é o mesmo amor por trás da câmara que filma aqueles miúdos, nunca os vi tão naturais, tão eles próprios. E as cenas em que Adéle, triste, tem que lidar com a alegria das crianças que exigem dela e a querem,  tocaram-me muito. Também eu já dei aulas assim triste, a pensar em cada minuto que eles iam reparar e ver que na realidade eu estava a chorar. E como ela nunca deixei de ir, fui sempre nos dias mais tristes, engolindo para dentro a dor até a poder soltar em lágrimas, como quem solta um rio.



sexta-feira, 18 de julho de 2014

Recuperação de guarda chuvas em pleno Verão



Sempre fui uma pessoa muito distraída, com grande disponibilidade para perder objectos, vestir roupa ao contrário, esquecer-me de tirar etiquetas, varrer nomes das coisas ou trocá-los. Não sei como é que os genes guardam estas memórias e as passam às gerações seguintes pois a minha filha é tal e qual, talvez para pior, porque com a idade eu fui melhorando e há muito que não perco chaves, cartões multibanco e carteiras. Contudo, dois objectos são ainda recorrentes: óculos de sol e guarda chuvas. Adoptei assim a regra de os comprar baratos, mesmo assim ganho-lhes afeição e fico triste por não saber para onde foram, por isso fiquei a pensar demoradamente no título que o Afonso Cruz deu ao seu último livro "Para onde vão os guarda chuvas" e em comprá-lo para obter a resposta sobre os meus. 

Este ano, particularmente chuvoso, talvez tenha comprado um seis ou sete guarda-chuvas, prefiro pensar em sete que é um número mais bonito. Cheguei a este inicio de Verão só com um, não comprado porque tem uma marca qualquer de cosméticos e não sei como chegou até mim, ao contrário dos comprados, não se perdeu.

Acontece que na cidade temos os nossos cafés, os nossos restaurantes, lugares a que vamos muitas vezes, são a extensão da casa pequenina em que moramos. Reparei assim que os meus chapéus de chuva repousavam perdidos nos recipientes que à entrada costumam guardá-los para nos impedir de pingar o chão todo. Pensei: aquele vermelho das flores pretas é igual ao meu que já não tenho; aquele creme com riscas é igualizinho ao meu e só o usei umas duas vezes, está novo, só pode ser o meu. Já recuperei dois, mas continuarei a pesquisa, ainda que a mesma se tivesse iniciado de modo casual.

Pensei que agora que não preciso deles é que iniciam o seu regresso às minhas mãos, mas espreitando o dia de hoje...parece que irei usar guarda chuva em pleno Verão, sejam por isso bem vindos.

~CC~


terça-feira, 15 de julho de 2014

O espelho infinito



Fui sempre a mana gordinha das irmãs magras. Mas tive uma sorte tremenda, quando era adolescente ainda se apreciava meninas com ancas e rabo redondo. Cresci assim mais ou menos apreciada, nada de espantar, nada de envergonhar. Não me faltaram namorados, embora me tenha agarrado a um dos 16 aos 24 anos.

As minhas preocupações tomaram outros rumos para além do meu corpo, embora nunca lhe tivesse sido alheia. Mente quem diz que não gostaria de ser mais bonita, mais magra, mais isto ou mais aquilo. Mente quem diz que não se incomoda por se saber menos em forma, menos bonita, mais velha, mais desgastada, mais triste. Poderia dizer tudo isto no masculino, embora bem saiba que às mulheres pesa mais. Mas uma coisa é não nos enganarmos com o espelho, outra é rastejarmos em prol de quem nunca seremos, prisioneiras de dietas, reféns de gabinetes de estética, clientes de gurus disto e daquilo que nos prometem outros espelhos. 

Amei-me sempre mais ou menos, com aquele mais de às vezes me sentir bonita, outras feia, umas vezes gorda e outras mais magra, amei-me na aceitação da minha imperfeição, não naquele comodismo tonto de dizer "sou mesmo assim" mas naquele de fazer o possível por me manter aceitável para mim própria, marcando os meus limites, as minhas fronteiras, essas que não serão iguais às de outra pessoa qualquer. Se não sinto inveja das mais lindas, das mais novas, pena de não poder usar calções curtinhos nem mini saias, muito menos calças descaídas a mostrar a barriga que sempre tive, desde miúda? Claro que sim. E depois? A vida comporta insatisfação, o seu quinhão de sofrimento, dias de arrepio, dores de cabeça. A vida não é uma festa, esperamos que também não seja um longo velório.

Mas o espelho também é infinito e tem veredas, curvas, espaços em branco, tudo o que não é apenas objectivo mas que vive na subjectividade que comporta o olhar de cada um que nos olha, nos vê.

~CC~





segunda-feira, 14 de julho de 2014

Excluir, excluir...



A inscrição para a 2ª fase dos exames do ensino secundário custa 6 euros para quem não teve nota negativa, um recurso custa 25 euros cada um, estamos, claro, a falar da escola pública. Dois exames na 2ª fase, dois recursos perfazem o total de 62 euros, sejamos sinceros, muitos pais não têm este dinheiro extra. A exclusão por motivos económicos na escola pública é das coisas que mais me incomoda. Há apoio social para isto? Duvido...

Gostaria imenso de saber se pagam aos professores para examinar os exames de recurso, certo é que o ministério recebe. Isto será uma forma de desencorajar o que o ministro tanto aprecia? O esforço por querer fazer mais, a necessidade de justiça que acompanha tantas vezes o querer ver outro olhar sobre uma prova?

Valham-nos os professores bons, acho que deviam ganhar mais, deviam ter recompensas pelo seu extraordinário esforço (há muitos países que o fazem). Falo de uma professora de Físico-Química da escola Secundária da minha filha, assim que saíram os resultados dos exames, ela disponibilizou todas as manhãs da sua semana para dar aulas extra até à data ao exame. Nem sequer é professora dela, aceita qualquer aluno do liceu que apareça. Os outros não estão lá ou se estão, não estão a fazer o mesmo. Quem os reconhece? Os alunos certamente e os pais também, todos os alunos dela obtiveram as notas mais positivas da escola. Tenho dúvidas quanto aos colegas, já fui muito criticada por trabalhar de mais e nunca criticada por trabalhar de menos. A minha filha diz que está a perceber coisas que em três anos nunca percebeu, não serão certamente só estes dias a colmatar falhas tão antigas, mas é meritório o esforço de quem faz e de quem lá vai.

~CC~

Adenda: Para quem tem acompanhado...A Matématica teve 18,7, foi bom...mas continua a sonhar com o 20. Fisíco-Química, com 13,5 valores deita por terra (por ora) o sonho de entrar em Medicina. Mas há mais épocas, mais sonhos, mais vida. Cá estamos, lado a lado.


domingo, 13 de julho de 2014

A morte adiada


Os velhos não vivem, adiam a morte entre duas doenças, as pernas que já não obedecem, os olhos que foram deixando de ver, o ouvido que ficou a ouvir tudo mais longe. Adiar a morte é uma coisa triste, adiam-na entre as memórias do que já foram, o lamento profundo da solidão que os habita, a inutilidade de sentirem que a vida, a que têm, de pouco já vale. Tanto esforço para isto. Tanta droga inventada, tanta máquina de suporte de vida, fisioterapia, centros de dia. Hoje ajudei mais uma velhota a carregar no botão para abrir o comboio, outra a saber onde era a estação onde devia sair, a escolher o papel certo para dar ao revisor. Apenas uma viagem de comboio e tantos velhos desamparados, viajando sozinhos, cheios de medo de passarem a estação, descerem do comboio, abrirem a porta. O revisor diz que há um sistema de apoio que tem que ser accionado com alguma antecedência para estes apoios. Duvido de tal coisa. As estações ao Domingo estão quase totalmente encerradas e as bilheteiras que abrem, fazem-no por curtos períodos. Ainda me lembro de viajar na carris e haver sempre um revisor, sempre alguém para além do motorista. Agora é raro. 

As aldeias, as vilas, as cidades estão cheias de velhos sós, muitas vezes doentes. Estamos longe de avaliar, de perceber a dimensão real do problema. Se a ajuda chegasse mais cedo, talvez não se tornassem tão amargurados, tão difíceis. À distância a que vivo da minha mãe, tento dizer-lhe que não pode viver na sombra do que já foi, de que a velhice lhe roubou coisas e que tem que as aceitar, que deve viver pensado em quem é e no que pode ter. Não é fácil. 

~CC~

segunda-feira, 7 de julho de 2014

Dias tão lentos, dias tão velozes



Ontem o Domingo foi tão grande e com tantas estações do ano. De manhã a chuva dificultou os teus trabalhos no jardim da nossa amiga que nos deixa deambular pelo Alentejo. Caminhei pela chuva de verão com alguma tristeza de ver que não iria à praia. À tarde já estava sol e consegui deitar-me na areia e serenar, totalmente em paz com o mundo. Ouvir as ondas do mar, olhar os desenhos das falésias, ter-te assim a meu lado, faz com que o mundo me pareça um lugar melhor. 

E acordar segunda noutro lugar é muito bom, mesmo que venha a correr para trabalhar, ansiosa porque tenho trabalho de tarde e à noite. Acordei no Alentejo hoje e terminei a noite no Barreiro, acordei no silêncio e terminei a noite ruidosamente, entre 50 jovens dos 15 aos 18 anos. Pediram-nos que fizéssemos uma noite de quebra gelo mas sabíamos que há muito o gelo estaria quebrado e programámos antes desafio, incentivo à criatividade. Os jovens são sempre surpreendidos por estas propostas, primeiro ainda tentam esparvoar mas depois rendem-se e mostram as suas enormes capacidades, a criatividade é como um novelo, parece ser pequeno mas depois de desatado há fio e mais fio. Contudo, raramente é desatado, a escola prefere enchê-los de coisas como se fossem recipientes.

Eu era claramente a pessoa mais velha da sala mas senti-me confortável, bem com a minha pele. 

~CC~

terça-feira, 1 de julho de 2014

Essa coisa do amor



Às vezes quero ficar sem o meu amor, às vezes o meu amor quer ficar sem mim. Eu e o meu amor já ficámos um sem o outro. Pensámos que era bom, pensamos sempre que será bom, mas depois não é nada. O vazio um do outro é tão grande que não resistimos a procurar-nos. Não é pela solidão, é pelo vazio do outro.

Damos muito trabalho um ao outro. Eu só quero andar na rua, viajar, ir à praia. Crio redes e laços por aí e estou sempre a ir aqui e acolá fazer formações, comunicações, workhops e coisas dessas. O meu amor às vezes vai ver-me, outras tira fotos e de outras fica em casa. A minha sede de viver cansa o meu amor. O meu amor gosta de casa, de ler, de tocar viola, de passar muito tempo no computador, de plantar umas coisas no seu quintal pequenino, o meu amor inventa viveiros de pimentas e pimentinhas. O meu amor é desses que tem muitos amigos no FB e fala com eles e eles chegam de todo o lado, até da sua meninice. Eu não tenho amigos nenhuns virtuais, nem FB nem estou nada interessada no meu passado, estou sempre a voltar-me para o futuro. Eu dou muito trabalho ao meu amor porque ando sempre de um lado para o outro e ele fica cansado de vir atrás de mim e às vezes não vem e só quer ficar quieto. A minha cabeça está cheia de todos os lugares onde não fui e se criasse asas ninguém me apanhava, riscava o céu todo com o meu voo. O meu amor não tem essa vontade de viajar nem de ver lugares e pede-me que fique ao lado dele ao Domingo a ver um filme ou a dormitar e eu tento ser feliz nessa felicidade dele. O meu amor zanga-se às vezes muito e eu só me zango raramente mas a zanga dele passa muito depressa e a minha é funda, grande e demora a passar.

E entre as nossas diferenças tão grandes que obrigam o outro a sair de si mesmo, comemos comida picante, vamos ao teatro, passeamos na cidade à noite, vamos comer petiscos, contamos um ao outro as dificuldades que a vida nos põe pela frente e as coisas boas que descobrimos. O meu amor às vezes é calado e eu sou faladora, eu às vezes sou calada e o meu amor é falador. E são mais as vezes que somos as duas coisas, ouvindo o outro, falando ao outro.

Eu acho que o meu amor às vezes quer ficar sem mim e pensa que eu quero ficar sem ele. Nós já ficámos um sem o outro e eu só pensava nele e ele também pensava em mim. O vazio um do outro criou uma saudade imensa do nosso abraço coladinho. Eu às vezes penso que não gosto dele e que ele não gosta de mim. E depois ele vem de tão longe só para passar uma noite comigo no meio do Alentejo e eu  percebo o seu esforço e vejo que ele é mesmo o meu amor.

~CC~




Apontamentos de Loulé






Valeu a pena o esforço de lhe comprar a máquina, é tão bom ver o prazer com que fotografa. Finalmente um pouco de festa, o doce sabor de vos ter por perto. O arroz árabe, o prato fantástico dos queijos, os brincos azuis que me deste, por um bocadinho vencer a timidez e entrar na dança. Muito mais do que a música (o cartaz MED já teve melhores dias), o perfume do Verão a encher-me o peito.

~CC~