sexta-feira, 7 de maio de 2021

Amores de perdição

 

Blogues (singulares, autênticos, despreocupados), livros de ficção, lugares com alma.

Gosto muito dos blogues que trilham os seus caminhos sem olhar aos vizinhos do lado, que não querem mais nada de que um espaço seu com janela para o mundo, que não têm outros objectivos que não seja dizer de si, dispensando-nos de nos quererem mudar ou ao mundo.

Gosto de livros que contam uma boa história, estas modas de misturas entre o ficcional, não ficcional, documental, ensaio e mais sei lá o quê não me convencem. Se em todas as histórias há um lado pessoal?! Sim, claro. Tal como no que escolhemos para almoçar ou jantar. Eu que me considero pouco clássica, pouco conservadora, quase sem pátria nem chão, gosto de livros de histórias.

Dos lugares, gosto de um lugar que tem uma identidade própria, quase impossível de encontrar noutro sítio. Assim sendo, antipatizo com cadeias de supermercado, lojas de franchising, sucursais e afins. Por mim ainda ia à modista, só comprava artesanato e ia ao campo apanhar flores. É evidente que não chego a tal, não tempo tempo e já não há modo de fazer essa vida. Mas ainda deliro com uma boa sopa de cação, um caminho de estevas, a carrinha do pão e o amolador que passa na minha rua sem que julgasse tal possível. 

~CC~





9 comentários:

  1. Cada um com seus gostos. Diria que comungo vários dos seus, CC. E os acrescento. E não me perco por eles. Quero dizer, arrebatam-me (talvez me perca ligeiramente) e mais me ganho por isso.

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Quero saber:) Daquilo que acrescenta...
      Algumas coisas já sei: um concerto de música clássica na Gulbenkian, uma chávena de café à sexta feira, o gato (ou gatos?)...
      ~CC~

      Eliminar
  2. Eu, ao contrário da Bea, perco-me por um "amor de perdição":

    Alguém atende o telemóvel, mas permanece em silêncio:
    - ...
    - Estou, estou.
    - ...
    - Estou..., recebeu a minha mensagem querida? Diga apenas sim ou não, que eu saberei entender o significado profundo e oculto nos seus monossílabos. Mas olhe que entenderei o seu silêncio como um sim.
    - ...
    - Sim, é claro que sim. Meu Deus, sinto que está aí, sensibilizada, e só não responde para não quebrar uma espécie de encantamento. Sinto-me tão feliz por sentir finalmente tão próxima a chegada do grande dia.
    Chamada desligada do outro lado da linha.

    Voz feminina:
    - Alô?
    Voz sussurrante:
    - Você está sozinha, querida?
    - ...
    - Não pode falar, ou não quer, querida? Só queria saber se lhe agradou a minha mensagem.
    Voz masculina:
    - Você não me engana, seu grande sacana. Olhe que eu sei quem você é, ponha-se a pau comigo, seu filho da mãe.
    Chamada desligada do outro lado da linha.
    - Meu Deus, meu Deus, que desgraça esta.
    (O vôo da madrugada - Sérgio Sant'Anna)

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Ai Joaquim que desta vez não consegui perceber a relação...desculpe, devo estar a envelhecer e as sinapses já são o que eram...
      ~CC~

      Eliminar
  3. Essa carrinha do pão anda por aqui. Ainda ontem vi uma. :)

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Ainda bem que continuam Luísa...no outro dia fiz ainda melhor, fui comprar o pão ao moinho, há um em funcionamento aqui perto...
      ~CC~

      Eliminar
  4. Simpatizo com o que escreveu, CCF.

    Um abraço

    ResponderEliminar
  5. Partilhamos muitas dos mesmo amores de perdição, especialmente os relacionados com literatura :)

    ResponderEliminar

Passagens