quinta-feira, 17 de dezembro de 2020

Toxicidade

 


O alto grau de toxicidade de certas pessoas é cada vez mais uma certeza para mim. A reacção que lhes tenho é intensamente física, infelizmente. Só lhes digo metade do que tenho a dizer-lhes e a outra raiva engulo-a e infiltra-se pelas minhas células e adoece-me. Nesse momento sei que as tenho de tirar dos mesmos trilhos que eu piso, ainda assim meço os caminhos, as formas de não as magoar. E demoro, demoro tanto.

~CC~


11 comentários:

  1. Força, CC. Este é um bom ano para remover os indesejados e nocivos. Vacinas contra todos os tipos de vírus.

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    1. Tenho esperança Bea, nem tudo está, contudo, inteiramente nas nossas mãos.
      ~CC~

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    1. Acha Ana?! A consciência sim, a acção às vezes tarda.
      ~CC~

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    2. eu acho :)
      ter consciência é um enorme passo.

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  3. É verdade que as pessoas tóxicas podem abalar as nossas estruturas, mas estou certa que a CC saberá lidar com isso, pois há uma sabedoria invisível em todos nós. Felizmente, podemos afastar-nos ou, nessa impossibilidade, podemos deixar de nos envolver emocionalmente com essa pessoa e com os seus dramas. Esta só transferirá para nós aquilo (isto é, as próprias insuficiências) que nós deixarmos. E nesta questão, se quisermos, podemos ir ainda mais longe se acreditarmos que somos também responsáveis por aquilo que atraímos. Estamos neste mundo para aprender, para nos transcendermos, e essa aprendizagem passa sempre pelo autoconhecimento, que não existe sem dor. A vida vai-nos dando recados, oportunidades para resolver coisas passadas, que estão alojadas nas camadas mais remotas e profundas do nosso ser. Às vezes, os nossos maiores “mestres” são as pessoas que não nos fazem bem.

    Um abraço apertado, CC

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    1. Sim, dão-nos exemplos de quem não queremos ser, nesse aspecto ensinam-nos.
      Abraço apertadinho querida Miss Smile!
      ~CC~

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  4. Faço parte da velha guarda, mas não me vanglorio por isso, antes pelo contrário. O mundo das mulheres não o conheço, já o dos homens, pertenci-lhe, mas não era coisa que se recomende.
    Vou simplificar: há os casais que se dizem felizes e os assim-assim. Ambos me fazem suspeitar de como as relações aparentemente sólidas são instáveis.
    E, já chega de preliminares...
    Quando ia a jantares com os colegas de trabalho, predominantemente masculinos, depois de comidos e bebidos, chegava a fase dos cafés, geralmente regados com whisky, brandy ou bagaceira. Era o momento da soltura da língua, do desprendimento a que o politicamente e o profissionalmente correctos amarravam. Era o lance desejado por todos, não havia chefes presentes a quem esconder os podres, a escala hierárquica estava nivelada, todos estavam descontraídos.
    Alguém começava por relembrar com satisfação as palavras de Humphrey Bogart quando dizia que o sucesso do seu casamento com Lauren Bacall estava no facto de pouco se encontrarem; quando um filmava na costa oeste o outro filmava na costa leste. E todos concordavam.
    Também ninguém queria destruir um casamento para ficar sozinho. Se não encontrassem alguém, provavelmente não iriam ter uma razão válida para se separarem.
    E também havia aqueles que faziam pender sobre o sexo a razão única da subsistência do seu casamento. Eram os que me causavam maior estranheza. Como era possível haver casais rotinados para não pertencerem um ao outro, mas tão somente programados para viverem juntos, para partilharem o mesmo bidé.
    Quando era jovem, em conversas com amigos, lembro-me que me preocupava a dificuldade em "acertar" na escolha da pessoa para namorar e mais tarde casar. O passo era demasiadamente importante para se errar. E o problema era este: se o mundo é tão grande e eu estou limitado geograficamente ao local onde habito, se não havia Internet, se o tempo é infinito, como vou saber que "aquela" é que está destinada a ser a minha cara metade, e não uma outra, que nesse momento ainda se não mostrou?

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  5. Joaquim, levou isto para um caminho que não era de todo o meu - a conjugalidade e a relação amorosa. Acredito que também aí exista toxicidade, mas ela alastra por muito relações de outras tipologias e hemisférios também. Neste caso, era outro o meu hemisfério.

    "Também ninguém queria destruir um casamento para ficar sozinho. Se não encontrassem alguém, provavelmente não iriam ter uma razão válida para se separarem."

    Sublinho esta frase sua por ser muito verdadeira mas muito triste. Acho que é, contudo, muito masculina esta visão do mundo e da solidão. As mulheres saem mais simplesmente de casa para a sua própria solidão. Há excepções claro, tanto no masculino como no feminino. O que fará com que os homens tenham tanto medo de viver sós?

    ~CC~

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  6. Receio não ter percebido CC, se não é com amores, só pode ser com amigos, colegas de trabalho ou simples conhecidos.
    Amigos tóxicos não são amigos, basta afastar-se; idem para os conhecidos.
    Com colegas é mais complicado e, nesse caso, eu diria: Houston, we've got a problem!

    Espero que consiga resolver o problema.
    🎄

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    1. Pois é Maria, nem todas as relações sociais ou profissionais são uma escolha nossa, podem não ser. Inicialmente tenho sempre abertura, acolhimento, procuro não rejeitar ninguém, mas às vezes é muito difícil.
      ~CC~

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