sexta-feira, 16 de setembro de 2022

Memória amarelada de um estremecer

 

Ocorreu-me pensar num beijo naquela fase de meditação da aula de yoga, um pensamento intrometido naquele azul que ela nos pede para inspirar e fazer durar toda a semana.

Curioso é que era um beijo abstracto, uma sensação sem pessoa lá dentro, uma experiência de memória estranha, na tentativa de saber se ainda gostaria. Por vezes tentava encaixar uma pessoa do passado lá dentro, a ver se funcionava melhor, mas a pessoa fugia ou tornava-se numa outra, não conseguia fixá-la. Experimentei então com pessoas que não tivesse realmente beijado mas tornava-se ainda mais ridículo, a sensação não aparecia.

Ficou a memória já amarelada de um estremecer. Que me desculpe a professora de yoga, sei que não é suposto.

~CC~

8 comentários:

  1. um beijo existe só por si, beijar é bom nem que seja uma árvore
    claro que sendo a quem se quer é melhor, mas nesse caso beijo já é só acessório

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    1. Um acessório de grande relevância Luís, para mim é mesmo matéria fundamental.

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  2. Nenhum beijo existe só por si, precisa um sujeito beijante e um objecto beijado, podendo o dito objecto ser outro sujeito. Ou dois sujeitos, beijando em simultâneo, cada um acumulando as duas funções. Sou incapaz de pensar apenas em azul, ou outra cor; consigo pensar em beijos, em gente que beija, é um pensamento positivo e algo doce.
    Bom fim de semana, CC.

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    1. Consigo pensar na sensação Bea, imagine o frio, o quente, o cheiro do mar...são sensações.

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  3. Fiquei a pensar de que cor serão, afinal, os beijos? :)

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    1. Azuis ou vermelhos, dependendo da intensidade, do tipo, etc

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  4. muito interessante... deve ser por isso que nunca consigo meditar :)

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    1. Ah, ah...ainda bem que o que pensamos está oculto ao outro.

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