A entrevistadora tinha um microfone vermelho bem grande que só tinha visto na televisão e na sala havia barulho que ela conseguia bloquear. Não convivo muito bem com a publicidade das coisas, gosto só das coisas. Mas não pude recusar. E a jornalista foi de uma simpatia impar, disse que desde que começámos o nosso trabalho que nos seguia e já era para ter vindo à actividade anterior. Mais um abalo nesta minha crença de passar sempre incógnita.
Mas o melhor que guardo desta entrevista foi mesmo o testemunho daquela estudante que mal conhecia. Disse ela que tinha decidido ir a todos os eventos que pudesse relacionados com as comemorações dos cinquenta anos de abril pois essa data, o 25 de Abril, era para ela um feriado tão importante quanto o Natal. Tinha vindo para o grupo atraída pela ideia que nos levou a criá-lo: juntar livros e liberdade. Momentos antes ela tinha entrado com a farda de escuteira e tinha ido à casa de banho vestir outra roupa para moderar o debate, estava longe de cumprir o estereótipo da jovem activista e entusiasmada com Abril.
Pensei para comigo que enquanto me espantar com a beleza dos jovens consigo desvanecer cansaços.
~CC~
A beleza dos jovens está na sua força de enfrentar o futuro.
ResponderEliminarDifícil dizer em que reside a beleza deles, não os encaro de forma homogénea, tento fugir aos discursos pessimistas ou optimistas sobre eles, creio que entre eles há de tudo, os que nos dão esperança e os que não dão e já era assim quando eu era jovem...sentia-me triste quando era englobada numa categoria geral na qual não me revia, já que os anos 80 foram a década dos yuppies, do individualismo e do endeusamento do enriquecimento rápido e fácil.
EliminarNem todos os jovens estão entregues apenas aos telemóveis e tablets. Mas o panorama não é animador a maioria está alheada das opções políticas o que, decerto, adúltera as suas escolhas.
ResponderEliminarUm abraço.
Talvez...mas não são assim todas as maiorias independentemente da idade? Um abraço
EliminarÉ mesmo verdade, há jovens que nos animam e fazem a diferença. Que se empenham politicamente e lutam por esse fugidio e tão abandonado bem comum. Sobretudo saliento a saúde mental que evidenciam - não deixam de ser modernos e usam o que a tecnologia põe ao seu alcance. Admiro-os profundamente e peço a Deus e à vida que lhes proteja os anseios e possam seguir sonhando futuros.
ResponderEliminarBom dia, CC. E boa semana
Alimente essa esperança e por certo terá uma velhice mais luminosa:) É o que me acontece quando encontro dos bons: ilumino-me e venço cansaços.
EliminarO mundo é dos novos, não haja dúvida, não estamos na China onde os anciãos são venerados pela sua experiência e sabedoria acumuladas. Cumpre aos velhos ir à escola dos novos pois estes é que construirão o futuro, mas aqueles também não podem ir para o depósito, é preciso equilíbrio.
ResponderEliminarCompletamente de acordo, vivemos aliás demasiado segmentados por idades. Tudo é mais rico na mistura, no diálogo, na fusão. Resto de boa semana Joaquim.
Eliminar