domingo, 1 de setembro de 2019

Crónicas da Estação quente (IV)



A areia é fina e a água transparente, não tem algas, costuma ser fria, mas nem sempre. As dunas são lindas, cobertas pela vegetação que só na areia cresce.

O barco demora 15 minutos e a caminhada até à praia 10 minutos. Fica assim praticamente ao lado de casa.

Pergunto-me assim porque fui tão longe e do que fui à procura se o paraíso mora ao lado.

~CC~



6 comentários:

  1. Só estamos bem onde não estamos. Ainda ontem estive no seu paraíso ao pé de casa, que para mim é um pouco mais longe. Procuramos horizontes diversos daqueles que os nossos olhos vêem no dia a dia. Tudo normal. E, depois, gostamos de mudança, ver serras e montes quem está habituado a zonas ribeirinhas. Ver campos quem está habituado à cidade.
    Lembro-me que há muitos anos atrás quando fui à Tunísia e depois à Grécia, meu pai ter ironicamente comentado - só vais ver pedras.
    Para ele, uma viagem à séria era à América - enfim, ver betão, disse-lhe eu.

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  2. Ainda bem que há assim um paraíso à porta de sua casa, CC . O que não elimina o amor pelo longe e a distância. Somos assim. Talvez todos tenhamos próximos pequenos paraísos esperando a nossa atenção. Mesmo que não sejam a curativa água de mar, a doce sensação de areia fina a desfazer sob os pés, dunas de vegetação oscilante ou rasteira em remate de quadro. E quanto eu estou atada a tudo isso mau grado seja do longe, longe.
    Que o paraíso morar ao lado tem tanto de sim como de não. Morar em nós o paraíso, isso é que seria bom. O lado, visto sob a perspectiva de paralelismo, nunca se cruza connosco.
    Não é o seu caso, tem um paraíso conseguido. Finalmente. Esteve sempre lá esperando a atenção ao que é próximo:).
    Muita coisa boa a acontecer-lhe neste domingo. E um saltinho ao paraíso:)

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  3. Lembrei-me da História dos dois que sonharam, do Borges.
    Às vezes é preciso irmos longe para descobrirmos que o tesouro está no nosso quintal - neste caso que o paraíso está a 25 minutos de casa.
    Enjoy ~CC~!

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  4. Bea, Joaquim, Maria, tão bons os vossos comentários, tão acertados sobre a necessidade de ir mais longe mesmo quando o paraíso mora ao lado...contudo, como diz a Maria, corremos o risco de não apreciar o nosso quintal devidamente e, com ele, todas as pessoas que nos são próximas e estão connosco no dia a dia. Nessa matéria admiro os espanhóis, fazem muito turismo interno, enquanto o nosso é quase só um imenso caudal para o Algarve (embora as coisas estejam pouco a pouco a mudar).
    ~CC~

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  5. Até olhamos para o que temos perto de nós, só que nem sempre o vemos. E é bom quando o descobrimos.

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  6. E a Luísa é mestre nisso, trazendo-nos muitas vezes o seu quintal, as suas praias, etc
    ~CC~

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