segunda-feira, 25 de janeiro de 2021

É abrir a caixa de ferramentas.

 

Caminhar num chão minado, e com outros, é o exercício diário. E é preciso que ninguém fique para trás, que todos vão aprendendo a evitar o perigo, que quem se senta para chorar não fique lá, que o avanço mais afoito e capaz de uns não seja travado, mas que ao mesmo tempo percebam que a fragilidade nem sempre é uma escolha, às vezes é estrutural e quase impossível de contornar. 

Há alturas em que gostava de saber falar com os anjos, de saber mobilizar estrelas, de ter uma ligação directa para os deuses que sabem acalmar as tempestades, são momentos em que acho que não me é humanamente possível fazer mais ou não sei como fazer melhor. O divino deve ser esse lugar de abrigo e frequento por alguns instantes essa paragem.

Na maior parte do tempo uso, contudo, a pragmática que aprendi nas minhas maiores batalhas e tento resolver um problema de cada vez, isolando cada um deles para que não se contaminem e misturem numa força centrífuga capaz de me abater. É abrir a caixa de ferramentas.

~CC~



4 comentários:

  1. Os anjos têm essa capacidade de se disfarçarem de caixas de ferramentas, e até de CC :) peça ajuda ao seu anjo da guarda e abra o seu peito para a possibilidade de o perceber :)
    (lá estou eu a pôr-me a jeito...)
    Abraço, CC. Escrevamos. Façamos companhia uns aos outros neste tempo estranho que se vive.

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    1. Sim Ana, precisamos de companhia humana...e pronto, dos anjos também, se conseguirmos:)
      ~CC~

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  2. Boa quarta feira Bea!
    Mime-se, aproveite bem ter gatos:)
    ~CC~

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