sexta-feira, 29 de dezembro de 2023

Uma bela paisagem

 


Um homem lê na esplanada. Não lê jornais ou revistas, tem um livro nas mãos e passa devagar cada página. É raro, é belo de ver. Nem tenho coragem de tirar o telemóvel da mala e ver notícias ou mensagens, tão feio seria estragar com esse meu acto absolutamente vulgar aquele momento. Não consegui ver o que lia, o meu cepticismo sopra ao ouvido se calhar era um livro de autoajuda, o meu optimismo grita com um sorriso: era um ensaio ou um romance de qualidade. 

~CC~

6 comentários:

  1. Gosto muito destas suas crónicas.
    Um abraço.

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  2. Podia muito bem ser "um ensaio ou um romance de qualidade".
    Feliz Ano Novo

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    1. Vamos acreditar que sim! Venha esse ano novo...e que seja para si também um bom ano.

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  3. A CC está com sorte. Eu raramente vejo um homem a ler o jornal (saio pouco, é verdade); mas hoje vi um com o jornal debaixo do braço e gostei. Na verdade não me lembro de encontrar um homem a ler um romance físico. Consigo imaginar que alguns dos que encontro vidrados no tlm estão a ler um livro:). Mas o facto de lerem é apenas o facto e mais nada. Podem ser uns embirrantes do pior, e até dos que em casa batem nas mulheres e dão sopapos nos filhos por tudo e nada. Ler em público é raro e qualifica positivamente, mas não quer dizer mais que isso. Até por desconhecer a razão porque lê. Se é por prazer, então sim, pode ser qualidade. Mas, imagine que está a ler prazeroso, muito concentrado e calmo, mas deixou a mulher em casa a braços com a cozinha, os filhos, a roupa, e o diabo a sete. Que acha desse calmíssimo e atraente leitor?
    Até hoje não consigo entender o que são livros de autoajuda. Bom, sei o que são, não entendo é a forma de ajudar. Os livros que me ajudaram foram os escolares, aprendi com eles. Com os outros entro noutro mundo e esqueço o resto. É um objectivo poucochinho, mas é o que me serve.

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    1. Bea, se fosse uma mulher eu teria escrito o mesmo. Apreciei como ser humano que estava a ler, pelo acto em si, entende? Contudo, compreendo o que diz, apenas um acto não faz um ser humano....ainda assim é alguma coisa...e boa:)

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