terça-feira, 14 de outubro de 2025

Que a noite chegue mais cedo mas jamais nos engula

 

Olha só como a noite vem agora mais depressa, ainda assim tem chegado doce, em crepúsculos alaranjados e secos.

Permitiu-me um último banho de água em terras ainda banhadas pelo sol e brindes com sangria de champanhe, dotes desconhecidos da filha, nunca sabemos verdadeiramente tudo sobre eles, e o contrário também é verdadeiro.

Os retratos de família actualizam os laços que a dispersão geográfica torna difíceis e só a doses cada vez maiores de persistência permitem os momentos de partilha dentro dos anos que passam. 

Entre duas palmeiras houve festa, depois saímos de rompante para o dever cívico, concluímos que já todos os que ali estavam podiam votar, um deles pela primeira vez. É quase só o que nos resta, esse voto na e pela Democracia.

Que a noite chegue mais cedo mas jamais nos engula. 

~CC~



2 comentários:

  1. A seguir à água, o bem que considero mais precioso é a liberdade. O fogo e a amizade que não me levem a mal.
    Uma boa noite CC.

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  2. A noite chegando cedo pode simbolizar a finitude, o crepúsculo da lucidez, a limitação temporal que nos força a priorizar o que realmente importa. Mas “jamais nos engula” funciona como afirmação de resistência: mesmo diante da escuridão, não podemos permitir que a existência se reduza a um vazio esmagador.

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