Olha só como a noite vem agora mais depressa, ainda assim tem chegado doce, em crepúsculos alaranjados e secos.
Permitiu-me um último banho de água em terras ainda banhadas pelo sol e brindes com sangria de champanhe, dotes desconhecidos da filha, nunca sabemos verdadeiramente tudo sobre eles, e o contrário também é verdadeiro.
Os retratos de família actualizam os laços que a dispersão geográfica torna difíceis e só a doses cada vez maiores de persistência permitem os momentos de partilha dentro dos anos que passam.
Entre duas palmeiras houve festa, depois saímos de rompante para o dever cívico, concluímos que já todos os que ali estavam podiam votar, um deles pela primeira vez. É quase só o que nos resta, esse voto na e pela Democracia.
Que a noite chegue mais cedo mas jamais nos engula.
~CC~
A seguir à água, o bem que considero mais precioso é a liberdade. O fogo e a amizade que não me levem a mal.
ResponderEliminarUma boa noite CC.
A noite chegando cedo pode simbolizar a finitude, o crepúsculo da lucidez, a limitação temporal que nos força a priorizar o que realmente importa. Mas “jamais nos engula” funciona como afirmação de resistência: mesmo diante da escuridão, não podemos permitir que a existência se reduza a um vazio esmagador.
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