Tu e eu ali no jardim, nos nossos 16 anos.
Mas ela tinha longos cabelos encaracolados presos e era muito magra. E ele, menos caracóis do que tu. Esperou-a no meio do jardim antes de darem as mãos e seguirem para a escola.
Ela disse: não tive tempo de lavar o cabelo hoje, trouxe-o atado.
Era um lamento.
Ele disse: eu tomei banho, lavei o cabelo e até coloquei creme, tudo para ti.
Estava obviamente orgulhoso.
Nunca diríamos estas coisas. Não eras tu, não era eu.
A única coisa igual eram aquelas mãos e o que por elas passava, a intensidade de agarrar o outro e com ele caminhar, todo o universo a desenhar-se em possibilidade infinita, por um momento invencíveis.
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