Por certo te lembras que eu, apesar de ser tão tímida, vestia roxo nos anos 80. Achava-a uma cor densa, grave, quase sagrada. E quase ninguém a usava, estava proibida nos circuitos da moda, era anacrónica.
Vejo-o agora irromper como uma cor possível, integrando algumas colecções, embora predominem ainda mais novas paletas de cores com nomes inusitados e estrangeirados para denominar variantes entre o castanho e a cor de vinho.
E apeteceu-me comprar um vestido roxo, certa de que hoje não o usaria do mesmo modo, não o combinaria com recolhimento e melancolia mas sim com irreverência e seria capaz de sorrir com ele e dentro dele. Descobri também que o nome em Inglês é muito mais leve e belo do que em Português, combinando com a forma como sinto agora essa cor ou, quem sabe, a própria vida.
~CC~
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