Uma coisa que me caracteriza?!
Acordo feliz e com energia, raramente triste e sem vontade de nada. Adoro pequenos almoços, são a minha refeição do dia preferida, tenho fome.
Ao adormecer nem tanto, pesa-me a intensidade do dia, o que coloquei na lista e não consegui fazer e a falta de uma série televisiva que dure não mais que 45 minutos e me ilumine. Não ligo a jantares, a não ser em dias de festa ou saída.
E tu?
~CC~
Depois de uma vida profissional onde, mais ou menos, nunca estive debaixo dos holofotes do mundo, sempre discreto e sereno, creio estar a tornar-me agora num homem ainda mais cinzento.
ResponderEliminarNão cinzento em termos de roupa, porque continuo a privilegiar os tons de azul em vez das cores de burro quando foge, mas num estilo neutro.
E também me comporto de forma neutra, sem agressividade ou docilidade exagerada, não sou mal educado nem extremamente polido.
Esta neutralidade, esta discrição, permite-me estar sentado à mesa do café a ler um jornal, um livro, ou a dedilhar o tablet (como agora) e ouvir conversas próximas, das mais banais às de maior intimidade, como se eu fosse invisível para os outros, e, depois, ficar a reflectir sobre elas, sobre os comportamentos da natureza humana, que, como lhe falei no seu post anterior, são a minha matéria preferida.
Todos os dias de manhã o vejo junto ao café, onde agora estou sentado, e onde uns tomam o pequeno almoço e outros ainda a bica e compram o pão nosso de cada dia. Pede de mão estendida, imaculadamente limpa e de unhas cortadas, já passou a meia-idade. Não é o clássico pedinte, não tem ar miserável. Parece só alguém a quem a vida tramou. Alguma coisa lhe aconteceu que o trouxe até aqui, onde ninguém devia estar.
Há os que dão qualquer coisa, nem que seja para alargar o garrote que se aperta no coração e os que não ligam, anestesiados pelas suas próprias vidas.
Continuo invisível para as duas velhotas sentadas na mesa próxima:
- Tinha a mulher muito doente, o filho anda na droga e agora perdeu o emprego.
A vida já me mostrou que não há demasiadas tragédias para uma pessoa só, pois quando o azar chega não tem medida certa.
Na minha invisibilidade, um nó seco na garganta obrigou-me a tossir. As velhotas viraram-se para mim assustadas, dando finalmente pela minha presença.
Joaquim, a falta que lhe faz um blogue para contar essas histórias:)
Eliminar~CC~
Bolas, CC, até se parece comigo. Os pequenos almoços sabem-me a pedacinhos de paraíso e, se me falta apetite matinal, estarei doente e grave. Acordo mais vezes contente que triste, mas aí somos diferentes, uns dias por outros não me nasce o sol.
ResponderEliminarQuanto às séries, por enquanto ainda vejo o midsomer que tem um horário adaptado ao meu ritmo. E "Uma família às direitas" vejo por vezes na rtp play. Agora também ligo pouco a jantares cujos têm de ser leves e prefiro almoçar a jantar fora, isto desde sempre e hoje por variados motivos.
Nunca faço tudo o que pensei fazer, sobrestimo as minhas capacidades, até por não contar com os períodos abúlicos que me chegam sem aviso.
E pronto. Tenha um dia bom.
Midsomer? É coisas dessas modernas plataformas?
EliminarPeríodos abúlicos - gostava tanto de ter...mas é muito raro, só mesmo na praia, deve ser por isso que o Verão me faz tanta falta.
~CC~
O pequeno almoço é, além da refeição mais importante do dia, a que mais me cativa. Chego a tomá-lo na marquise, com as janelas abertas, a ver espaços da natureza.
ResponderEliminarNão vejo televisão desde Abril. Entretenho-me com a (boa) leitura e a internet consome parte do meu dia, em trabalho ou em lazer.
Tenha um óptimo dia!
Marquise com janelas aberta...é uma boa visão, quase consigo vê-lo da minha varanda:)
Eliminar~CC~
Sou daquelas que acorda com ar de precisa mesmo de um belo duche. Enquanto a água me acorda, penso na bela torrada com manteiga, no sumo, no café. Adoro o cheiro das torradas de manhã. Fazem-me lembrar os dias quando era petiz. Não gosto de falar de manhã. Deixo os meus beijos depositados, mas quero silencio. Ouvir música enquanto como. Ouvir os ruídos do prédio. Agora que sou obrigada a trabalhar em casa, sinto falta do meu café com a minha amiga. As nossas gargalhadas antes de começarmos a trabalhar. As nossas conversas sobre um documentário visto na noite anterior. As nossas conversas sobre viagens, livros, comidas e sobre passeios noturnos.
ResponderEliminarDedico-me a observar a minha mãe (que sorte tê-la comigo, que sortuda!) a ler, a costurar, a ver receitas de doces (lá se vai o IMC), a vê-la a falar com as plantas, com o cão. Ao telefone com os netos. A refilar comigo pelas horas que passo a trabalhar.
À noite faço algo que me delicia: sento-me e converso com a minha mãe. Estou mesmo crescida. Quem diria que agora aprecio esta forma de vida.
Maria Lopes
Maria Lopes, quanta dedicação, que bonito!
EliminarUm café com uma amiga é coisa que também me faz sempre muita falta e já sabemos que com isto se tem tornado cada vez mais raro.
~CC~
Eu gosto de me levantar cedo e também sou das que acordam feliz e fresca como uma vénus de Boticelli a sair da concha. :)
ResponderEliminarNunca acordo com fome, mas não prescindo de uma chávena de café com leite e de um poema para começar o dia. É a minha oração matinal. Depois de libertar algumas endorfinas com a natação ou o exercício, como os meus flocos de aveia com iogurte, fruta e sementes. Em casa, os meus jantares são também leves – saladas, arroz integral, legumes... Há meses que não como carne. Não tenho o hábito de ver séries, prefiro os filmes. Mas sigo alguns programas semanais na RTP2. Gosto de me deitar cedo e nunca adormeço sem ler. Encontro sempre luz nos livros (*_*)
Uma tarde feliz. :)
Coisa mais linda: poesia pela manhã...não sei quando é que lá chegarei, mas é uma ideia tão boa...já eu começo pela pobreza de uma lista de coisas para fazer durante o dia e vou pondo uns certinhos à medida que cada coisa se realiza:)
Eliminar~CC~
Série com menos de 45 minutos e com mais boa onda :-)
ResponderEliminarhttps://www.axnwhite.pt/programas/o-grande-c
(Começar pela temporada 1,seria o desejável)
gosto de acordar cedo mas levo o meu tempo para abandonar a cama. é como ter de deixar algo muito querido, estimado. o bom humor nã abunda pela manhã, principalmente se estiver com fome, por isso a primeira coisa que faço é o pequeno almoço. à noite adormeço facilmente, é como levar um tiro. ainda ontem adormeci a ver o primeiro episódio de "admirável mundo novo", série inspirada no livro do Huxley. como nã vi até ao fim nã posso dizer que detestei...
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