quinta-feira, 22 de outubro de 2020

Espelho meu

 

O espelho era antes um olhar breve, nem dava por ele.

Agora estou sempre a ver-me nele e a ter consciência do que os outros vêem. Isto de ter que lidar diariamente com horas e horas da minha própria imagem, ainda por cima a fazer gestos, a falar, a inclinar os olhos e a cabeça, é uma tortura. E o pior, mesmo o pior, é que ganhei consciência de como, ao falar, coloco a boca de lado e deste espacinho feio nos dentes do maxilar inferior. Será que posso criar ícones de mim, avatares, outras imagens para me substituir?! Se há criatividade nos fundos que usam, ainda não a vi aplicada às pessoas. Eu, poderia, com vantagem, ser um girassol falante, um golfinho ou uma grande nogueira.

~CC~


12 comentários:

  1. Ah ~CC~ não se martirize assim, não gosto de a ver tão pessimista (faz-me lembrar uma certa pessoa...).
    Imagino que deve ser terrível ter de fazer uma coisa que a faz infeliz, mas por agora tem mesmo que ser, não é?
    Imagine-se um girassol feliz e sorridente, recebendo o calorzinho bom da luz solar, sem preocupação de bocas e dentes - girassol não tem disso, tem é sementes ;))
    Sorry, este é um dos comentários mais parvos que fiz, mas a verdade é que a minha auto-estima está na Fossa das Marianas e não consigo fazer melhor :(
    Abracinhos.
    🌻

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    1. Maria, eu nem estou pessimista...gosto assim de brincar comigo própria, é mais isso:)
      Não fique assim, anime-se, estamos vivas e o Outono até tem uns amarelos bonitos.
      ~CC~

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    2. Ora ainda bem que estava a brincar... e eu a levá-la a sério :)
      Como cantava a 'grande filósofa' Ana Bacalhau: mas que parva sou...

      Quanto ao estar viva: That's the problem, and I'm not kidding.

      Bom fim-de-semana!
      🌿🌼

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    3. Maria, passeios à Natureza, mesmo que curtos...abrace as árvores, fiz muito disso na Primavera passada:)
      ~CC~

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  2. Ai agora fala ao espelho?
    É muita vaidade!
    Nunca pensei... porque, como diz Honoré de Balzac, deve-se deixar a vaidade aos que não têm outra coisa para exibir. :)

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    1. Ah, ah...falo ali para o portátil, a maior parte da vezes sem ver ninguém do outro lado:)
      E por acaso fez-me mais vaidosa sim que tenho que pensar no que vou vestir, como está o cabelo, se ponho ou não brincos...ah, ah...que chatice!
      ~CC~

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  3. Hummm....lembro-me de uma cadeira em Psicologia onde havia uma parede espelhada por detrás do professor. Garanto que não era agradável. Eu que nem tinha espelho em casa, mal olhava via-me logo. Tanta gente sentada (era um anfiteatro) e pumba, os olhos iam directinhos à minha figura.
    Suponho que o espelho da CC seja a TV, mais especificamente, a videoconferência ou assim. Apesar de não gostar de se ver, tem um lado positivo, pode emendar vícios gestuais e verbais, corrigir a entoação, melhorar a dicção, etc. Bom, eu gostava de ver um girassol a dar matéria e interpelar o s alunos, isso gostava; o golfinho também não estaria mal, são animais afáveis, todos tirados das poeiras e podiam ensinar e ir dando mergulhos e piruetas; já nogueira assim avantajada tenho dúvidas, era capaz de fartar um nadinha, a dita nogueira espaçosa podia dar por exemplo física, assim como assim não entendia nada daquilo e nem me interessava por corpos mergulhados em líquidos, achava uma parvoíce andarem a mergulhar corpos em líquidos, ficava tudo encharcado e até os corpos se podiam estragar; de modos que enquanto o professor ensinava eu ia pensando em despertadores mergulhados num líquido estilo vinho tinto e além de um nojo e de termos de andar às apalpadelas porque o tinto já se sabe, é muito escuro, o maquinismo parava. Passava as aulas de Física-Química nesta palermice mas em ponto grande.

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    1. Bea, que belas ideias me deu...magnifica a sua imaginação, só a Bea para me entender bem:)
      ~CC~

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  4. CC, se não gostas do que vês e tens vontade de alterar, e isso é possível, talvez fosse de considerar a alteração. Por exemplo, para o espaço entre os dentes há solução e é fácil.

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  5. Pois é Isabel, mas é caro, super caro...e dantes nem dava por esse intervalinho, vivia bem com ele.
    ~CC~

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    1. Se for um espacinho entre os dentes, o valor não é elevado e actualmente há várias soluções.

      (Considero que é bom termos um olhar crítico em relação a nós e procurarmos alterar o que não nos agrada porque não nos agrada.)

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  6. Oh Isabel, se levar isso à letra...é um não parar de correcções, hoje o espacinho entre os dentes, amanhã o bocadinho de celulite, depois a barriguinha a mais...até chegar à cor dos olhos ou ainda mais longe...não, não me estou a ver na mesa das operações plásticas, já tive frio que chegue de blocos operatórios! Ainda que aquele espacinho, é que não é meu, parece ter chegado com a idade:)
    ~CC~

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