quarta-feira, 14 de outubro de 2020

Pedagogia da proximidade

 

Não medem exactamente bem a palavra distância. Ou não sabem qual o seu peso. Por isso usam-na a todo o momento.

À distância dos que amamos. 

A distância é um buraco negro, desses que até que engolem pedaços de céu.

Não podemos ficar distantes. É agora que temos que ficar próximos.

Imagino assim uma pedagogia da proximidade. Como se as palavras pudessem ser carícias pousadas sobre a pele e o os olhos aprendessem a sorrir por si só para colmatar a boca tapada.

Ontem abri pela primeira vez, em tantos meses, a porta da casa a alguém que não é da família. Colocámos as máscaras, sorrimos com os olhos, nada foi fácil, mas aconteceu.

~CC~







6 comentários:

  1. a sério? Sou muito mais descomedida. Já visitei os amigos e eles visitaram-me; e não aconteceu nada, além do bom que foi matar a saudade; e revermo-nos; e conversarmos; e sentarmo-nos à mesa do deleite. Bom, da última visita ainda passou pouco tempo e estivemos à conversa sem máscara, um dia inteiro (ui, ui, ui). A minha porta está aberta, sempre aberta, mas é verdade que, fora as amizades e a família chegada, ninguém. Como é verdade que duas das minhas amigas se recusam a sair de casa e não as vi, a uma o marido exigiu quarentena total depois de uma viagem de vários quilómetros. Enfim, há os descuidados como eu, os supercuidadosos como ele e os assim assim que são a maioria. Reentrámos no estado de calamidade. Lá se adensa uma espessura no isolamento. E que as palavras vão pousando levemente e nos aqueçam a friúra. Que continuem a cair tocadas por nossos dedos incansáveis.
    Meus doces filhos que inda neste fim de semana se despediram sem data de volta. A quem não beijo há tempo demais. Mas foi tão bom sentarmo-nos à mesma mesa e ouvi-los a discorrer sobre tudo numa visita comprida onde as despedidas tardaram. Todos queríamos prolongar a sintonia que não sabemos quando regressa, se regressa.
    E que um deus benévolo nos proteja, CC.E um anjo da guarda os livre de todo o mal, que estão no olho do furacão.

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    1. Os "assim-assim", gostei dessa categoria Bea. Vou designá-los como os que estando na corda bamba a percorrem em cuidadoso equilíbrio:)
      ~CC~

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  2. Começo a ficar confundido...
    Observador - Dra.Margarida Abreu

    «Já vamos em cerca de seis mil mortos a mais nos últimos 6 meses, dos quais só cerca de 1900 são com Covid-19 e nem assim emendam a mão.
    Falando apenas de testes positivos de uma única doença e sua eventual mortalidade, negligenciando todas as outras centenas ou milhares de doenças e mortes que assolam a população portuguesa e que não param de aumentar
    Dizem “ah, é porque a Covid-19 é muito perigosa”. Aonde está o perigo, se a maioria das pessoas que testam positivo, mais não são do que isso, “testes positivos”? Onde está a gravidade de uma doença que para a grande maioria, sintomas dá pouco ou nenhuns, tal e qual como as outras infeções respiratórias com as quais já convivemos há tantos anos
    Ah, mas os casos estão a aumentar.” Casos de quê? Ou apenas testes positivos? E que valor tem e que interessa um teste positivo? Nenhum, a não ser para enlouquecer de solidão aqueles que testam positivo e aqueles que com eles convivem, levando ao seu brutal isolamento e exclusão social.
    Alguma vez andámos a testar para que material genético somos positivos, de todos os agentes microbianos que temos no nosso nariz ou na nossa boca? Alguma vez achámos que tínhamos uma doença infecciosa sem termos um único sintoma da mesma? Alguma vez se contou, em cada inverno, com divulgação pública diária, cada caso de gripe, cada morto de gripe? (E neste caso são mesmo doentes, não são testes positivos
    Onde estão os tão famosos doentes com doença Covid-19?
    Estamos fartos que esses números nos sejam ocultados!
    Estamos fartos de nos tomarem por parvos e de nos virem com números de testes e quererem manipular-nos como se estivessem a dar-nos o número de doentes!
    “Ah, e então e os mortos?”
    Todos os dias se nasce e todos os dias se morre. E morre-se de tudo e muito mais do que de Covid-19. Morrem, em média, cerca de 300 pessoas por dia em Portugal e só falam dos que morrem com Covid-19 (não de Covid-19), como se só estes tivessem sido pessoas.
    O vírus, como avisaram muitos epidemiologistas a que a comunicação social praticamente não deu ouvidos, está a tornar-se num vírus endémico, num vírus que causa doença banal e com o qual teremos de aprender a conviver com normalidade, como já fazemos com tantos outros.»

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  3. Joaquim, já não sabemos se há mentiras ou verdades para todos os gostos. Mas que há muita manipulação com fins políticos, lá isso há...longe vai o tempo da união.
    Eu escolho com imenso cuidado o que ler e onde.
    ~CC~

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